Publicado em 9 de novembro de 2025 às 13:08
A juventude amazônida ganha voz e protagonismo na Free Zone, a experiência mais original da COP30. Aberta ao público de 10 a 21 de novembro, a iniciativa conecta arte, ciência e cidadania em uma vivência que traduz o debate climático em expressão cultural e engajamento coletivo.>
Para Karla Braga, fundadora e diretora executiva da COJOVEM, correalizadora da iniciativa, a proposta é conectar o público aos debates internacionais mais atuais sobre o clima sem perder o vínculo com as realidades do Sul global.>
“Os debates climáticos na Free Zone seguem as linhas de negociação da UNFCCC, mas com base nas demandas de quem vive na pele os impactos da crise climática. A proposta é tornar esses temas, como adaptação, transição justa e perdas e danos, acessíveis e lúdicos, utilizando a arte e a cultura como vetores de transformação”, comenta.>
Estrutura e programação: arte, clima e sustentabilidade – Instalada na Praça da Bandeira, no bairro da Campina, a Free Zone chama atenção por sua estrutura singular. São dez domos geodésicos que formam um circuito sobre o planeta que queremos construir, com áreas que variam de 78m² a 490m² e diferentes funções e experiências.>
Entre os espaços da Free Zone estão a Zona Vozes, que sediará o Fórum Internacional COJOVEM, principal ambiente de diálogo e debates; a Zona Crono, teatro de arena que receberá o espetáculo Cronoecológico, dirigido pelo Instituto Artô; e a Zona Tela, dedicada à exibição de curtas e documentários. Outro destaque é a Zona Ecos, voltada à exposição e comercialização de trabalhos da sociobioeconomia, fortalecendo a produção criativa amazônica.>
A programação diversa amplia a proposta ao reunir arte, ciência e debate climático em um mesmo circuito. O Fórum Internacional COJOVEM reunirá lideranças, especialistas e jovens de diversos países para discutir transição justa, adaptação climática, descarbonização e outros temas fundamentais para o fortalecimento dos direitos das populações que vivem e resistem nos territórios amazônicos.>
Mais do que um espaço de diálogo, o fórum reflete a própria essência da Free Zone: ser um ambiente pensado, liderado e ocupado por jovens. Para Karla, essa presença vai além da representatividade.>
“A estratégia reside não apenas em ter jovens na equipe de correalização, através da COJOVEM, mas em entendê-los como um elo essencial para fortalecer o debate climático e o processo de tomada de decisão contextualizada. Preparando jovens líderes do agora para ocuparem o lugar de tomada de decisão com competências muito mais robustas do que daqueles que nos deixaram como herança esse legado de destruição”, completa.>
O circuito se completa com a Casa do Futuro, uma moradia ecoeficiente que une tecnologia e saberes ancestrais; o Domo da TV Web Free Zone, responsável pela transmissão ao vivo de toda a programação; e a Zona Sabores, praça de alimentação inspirada no cotidiano ribeirinho e na diversidade dos sabores amazônicos.>
A estrutura dos domos foi projetada com materiais de alta durabilidade e baixo impacto ambiental, como alumínio, aço galvanizado, madeira e linóleo, além de cobertura em Lonil branco reutilizável, reforçando o compromisso do projeto com práticas sustentáveis.>
Toda a gestão dos resíduos será realizada pela Concaves (Cooperativa dos Catadores), garantindo o destino adequado dos materiais recicláveis e promovendo a inclusão social e econômica.>
Segundo Giovanni Dias, fundador do Instituto Artô e realizador da Free Zone, a concepção do espaço simboliza a integração entre inovação e território.>
“Cada domo representa uma ideia de futuro, mas também um reconhecimento das raízes. A proposta é mostrar que é possível unir tecnologia e saberes ancestrais em um mesmo espaço, convidando o público a imaginar novas formas de viver e coexistir na Amazônia e no mundo”, afirma.>
Já nos dias 16 e 18 de novembro, a Free Zone também será palco da 3ª edição do Festival Muita Onda, voltado para o fortalecimento dos direitos de crianças e juventudes. O palco principal, que reunirá cerca de 20 shows, se conecta ao clima cultural de toda a Free Zone.>
Mais do que uma programação cultural, a Free Zone é um mutirão global pela vida e pelo clima, que traz à tona os principais eixos de discussão da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), como adaptação, transição justa, financiamento, oceanos, mitigação e perdas e danos, traduzidos em formatos acessíveis, artísticos e lúdicos.>
Com expectativa de receber cerca de 10 mil pessoas por dia, o espaço se consolida como um dos principais pontos de encontro da COP30. Todas as atividades são gratuitas, e em alguns casos haverá inscrição simples para garantir vaga em fóruns ou oficinas. A programação completa e as inscrições estarão disponíveis no site oficial da Free Zone Cultural Action e nas redes sociais do evento.>
A Free Zone Cultural Action é uma realização do Instituto Cultural Artô, com co-realização da COJOVEM.>
Serviço>
Local: Praça da Bandeira, R. João Diogo, s/n, Campina – Belém (PA)>
Período: De 10 a 21 de novembro>
Horários: Das 8h às 2h (shows até meia-noite)>
Acesso gratuito>
Mais informações: https://freezoneculturalaction.com/>