Publicado em 24 de julho de 2025 às 17:17
A poucos meses da realização da Conferência do Clima (COP30) da Organização das Nações Unidas (ONU), a capital paraense sediou nesta quinta-feira (24), o Global Citizen Now, cúpula que impulsiona ações imediatas de diversos setores sociais para enfrentar os desafios mais urgentes do planeta.>
O evento desta quinta-feira, iniciou a contagem regressiva para a COP 30 e antecede também o Global Citizen Festival Amazônia que vai acontecer no dia 1º de novembro, também em solo paraense.>
A programação que contou a presença do Governador do Estado, Helder Barbalho e do prefeito de Belém, Igor Normando, trouxe como convidados especialistas e lideranças ligadas as comunidades locais e indígenas da Amazônia, que discutiram temas como financiamento climático, investimentos em proteção e reestruturação da floresta, além de transição energética e justiça climática.>
Antes do início das rodadas de discussões, uma apresentação da cantora indígena, jornalista e ativista Djuena Tikuna abriu o evento. Depois foi a vez do prefeito de Belém, Igor Normando dar as boas-vindas ressaltando a importância da capital paraense receber os eventos.>
“Hoje é um grande momento, e sem dúvidas Belém passa a ser a capital da Amazônia de fato, e de direito e agora vamos avançar para mostrar a nossa região, mostrar os nossos desafios para toda a comunidade internacional para que possam nos ajudar a desenvolver a Amazônia, com um grande case de sucesso de sustentabilidade, e principalmente de valorização de um povo”.>
Após a fala do prefeito, o evento iniciou com o painel que debateu as causas e os impactos do desmatamento da floresta. O biólogo e coordenador geral do Mapbiomas, Tasso Azevedo, que compôs a mesa, destacou a pecuária e o garimpo como os principais vilões do desmatamento na Amazônia.>
“Cada desmatamento que acontece na Amazônia, a gente checa uma imagem antes e uma depois, e busca entender como aconteceu. Muitas o que a gente observa é o que virou ali aquela área que foi desmatada. Se desmatou e virou o que, quando se pega o caso da Amazônia, de 91 a 98% das vezes essa área é convertida para uso na agropecuária, especialmente pecuária. Outra parte muito grande também de garimpo, mas não em proporção de área em si, mas no impacto que o garimpo deixa na região”, afirmou o especialista do Mapbiomas.>
Discussões dando espaço para as vozes nativas>
A jornalista, cantora e ativista indígena, Djuena Tikuna, exaltou a importância de eventos como Global Citzen darem o espaço necessário que as vozes das comunidades tradicionais precisam para assumir o protagonismo nas discussões sobre o futuro da Amazônia, antes da realização da COP 30.>
“Eu comecei a minha apresentação cantando na minha lingua materna, porque é uma marca da nossa identidade como povo indígena. Mas temos uma grande diversidade de povos, cada um com sua cultura, e as pessoas de fora muitas vezes não imaginam o tamanho dessa diversidade, e quando se pensa na Amazônia só imagina a floresta, a beleza e a riqueza, mas não querem ver o que realmente está acontecendo”, declarou a ativista sobre a realidade de indígenas e outras comunidades tradicionais que lutam por direitos específicos e assistência de políticas públicas.>
O governador Helder Barbalho, que também compôs um dos painéis do evento, enfatizou a importância da iniciativa para aquecer os preparativos para conferencia em novembro, e falou novamente sobre o legado e o evento mundial vai deixar para o povo do Pará.>
“Este é o momento em que mobilizadores, cidadãos do mundo debatem, pensam e discutem a Amazônia e a importância da natureza se reúnem e fazem em Belém o início dessa trajetória que consolida nossa capital como capital da Amazônia e como centro para as discussões e soluções para o meio ambiente. Festejo esse momento como uma oportunidade de fazer um chamamento para a comunidade local e também para o mundo para que a gente consiga fazer uma Cop de implementação em que os compromissos ambientais de todos os países das partes envolvidas possam efetivamente acontecer, que possamos garantir financiamento climático, agregação de valor a floresta, para que através de uma floresta fortalecida, nós possamos garantir o equilíbrio do desenvolvimento com a agenda de sustentabilidade”, declarou Helder Barbalho.>
O evento é patrocinado pelo Banco do Brasil, em colaboração com a Re:wild, com os parceiros políticos Bezos Earth Fund e Open Society Foundations, produzido pela Gael Productions.>
Global Citizen NOW: Amazônia dá continuidade à crescente presença global da cúpula de ação após a quarta edição em Nova York e os primeiros eventos realizados fora dos EUA em Melbourne, Austrália, Rio de Janeiro, Brasil e Paris, França, em 2024. Este ano, a série de cúpulas expandirá ainda mais sua presença global e irá para Detroit, EUA; Sevilha, Espanha e Joanesburgo, África do Sul — reunindo líderes e defensores de todo o mundo para promover ações significativas para acabar com a pobreza extrema.>