Grupos de ativação fortalecerão Agenda de Ação da COP30

Durante a Conferência, seis pavilhões temáticos discutirão os seis eixos da Agenda de Ação.

Publicado em 1 de setembro de 2025 às 09:33

A presidência da COP30, junto aos Campeões do Clima da COP29 e COP30.
A presidência da COP30, junto aos Campeões do Clima da COP29 e COP30. Crédito: Divulgação

Para fortalecer a implementação da Agenda de Ação, a presidência da COP30 anunciou a criação de “grupos de ativação”, nesta sexta-feira, 29/8, durante webinar em conjunto com os Campeões de Alto Nível do Clima e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). Ao todo, trinta grupos temáticos dos objetivos-chave da agenda abarcarão iniciativas de solução sustentável.

"Compartilhamos hoje que nossas equipes constataram que mais de 600 iniciativas foram criadas ao longo dos últimos 10 anos de COPs. Elas já reúnem milhares de cidades, regiões, empresas, investidores e organizações da sociedade civil e têm compromissos para combater as mudanças climáticas. A COP30 aproveitará seu poder e seus compromissos para acelerar a implementação de soluções que beneficiem o clima, nossas economias e as pessoas. Essas soluções começam e terminam com as pessoas e devem beneficiar nossas vidas reais”, ressaltou Ana Toni, diretora executiva da COP30.

Do total de projetos encontrados, 300 ainda seguem em funcionamento e fazem parte dos grupos de ativação. Essas iniciativas reúnem esforços de um ou mais grupos de atores da Agenda de Ação, como governo nacionais, subnacionais, investidores, empresas e organizações da sociedade civil. A partir da incorporação nos grupos de ativação, eles passarão a ter resultados monitorados pela UNFCCC.

Além dos grupos, outra inovação foi anunciada pela presidência da COP30 durante o webinar: cada um dos seis eixos da Agenda de Ação terá um pavilhão temático durante a realização da Conferência, em Belém, entre 10 e 21 de novembro. São eles: transição nos setores de energia, indústria e transporte; gestão sustentável de florestas, oceanos e biodiversidade; transformação de agricultura e sistemas alimentares; construção de resiliência em cidades, infraestrutura e água; e promoção do desenvolvimento humano e social.

“Haverá mais de 60 encontros ao longo das duas semanas da COP para apresentar essas soluções, esses planos de aceleração, e debater o Granary of Solutions para os objetivos-chave, de forma a dar visibilidade”, disse ainda Ana Toni, sobre a plataforma online que reunirá essas iniciativas, como legado deixado pela COP30.

Engajamento

A reunião também serviu para fazer um chamado aos múltiplos atores envolvidos nas soluções para o clima, para além dos negociadores da COP. “É importante destacar que não estamos reinventando a roda; essa abordagem se baseia no trabalho existente, mas aproveita o fato de que agora temos mais resultados negociados. O passo em direção a uma Agenda de Ação mais estruturada foi muito bem recebido, e estou otimista de que podemos adicionar uma nova dimensão à COP que atenda a uma das maiores expectativas do Presidente Lula: explicar o que significam esses documentos negociados, como os stakeholders podem utilizá-los e quais ações são possíveis”, destacou o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30.

"Ao olharmos para o processo à frente, não precisamos de mais complexidade, mas precisamos evoluir e aprimorá-lo em um quadro que facilite a ação dos stakeholders, o alinhamento do governo e permita que todos vejam e entreguem os resultados necessários”, defendeu Daniele Violette, diretor sênior de programas da UNFCCC.

Os campeões do clima Don Ioschpe, da COP30, e Nigar Arpadarai, da COP29, também deixaram chamado para o engajamento dos tantos atores que podem contribuir para as soluções climáticas e ressaltaram como essas ações podem refletir no dia a dia de toda a população mundial.

"Finanças não são apenas números; são sobre um futuro sustentável. Precisamos de capital público e privado em larga escala, com novos instrumentos e modelos híbridos que direcionam recursos para o desenvolvimento resiliente. Convido atores financeiros a trazer inovação e capital para a COP30, ajudando a ampliar soluções que assegurem desenvolvimento socioeconômico sustentável ao longo do tempo”, destacou Ioschpe.

“CEOs, prefeitos, governadores e líderes da sociedade civil, convido vocês a se juntarem a nós em Belém para mostrar suas soluções práticas e escaláveis, inspirando outros e dando aos formuladores de políticas provas concretas de que a missão está se tornando a implementação”, acrescentou o Campeão do Clima da COP30.

“Acima de tudo, a Agenda de Ação é sobre impactar a vida das pessoas. Não é algo abstrato. Trata-se de entregar soluções que tornem o cotidiano mais seguro, saudável e resiliente, desde energia limpa e acessível, agricultura climática inteligente, até habitações mais fortes e cidades mais inclusivas ", pontuou Arpadarai.