Hidrelétrica apresenta pesquisas com combustíveis sustentáveis e energia solar durante a COP30
Iniciativas da Itaipu Binacional incluem petróleo sintético renovável, energia solar flutuante e biometano obtido de resíduos apreendidos.
Publicado em 11 de outubro de 2025 às 13:03
Responsável por cerca de 8% da eletricidade consumida no Brasil e 80% no Paraguai, a hidrelétrica de maior produção do país apresentará na COP30, em Belém (PA), projetos voltados para a produção de combustíveis sustentáveis e energia solar. Entre as iniciativas estão estudos para a produção de biogás e biometano a partir de materiais contrabandeados apreendidos, pesquisas com Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e hidrogênio verde, uma planta-piloto flutuante para geração de energia solar e editais de incentivo à energia fotovoltaica.
As ações da hidrelétrica Itaipu Binacional serão destacadas em eventos paralelos à conferência, em novembro, e também no estande da companhia, localizado na Zona Verde.
O diretor-geral da Itaipu, Enio Verri, frisou que todas as iniciativas voltadas para fontes de energia verde colaboram para que o país seja uma liderança global na transição energética. “A Itaipu, hoje, é importante para o Brasil não só por sua produção hidrelétrica, mas também por colocar o país em posição de destaque na descarbonização da matriz energética global. Estamos trabalhando fortemente por uma matriz limpa e renovável e queremos que o Brasil ocupe um lugar estratégico de provedor de soluções de baixo carbono”, enfatizou.
As ações alinham-se aos objetivos da presidência brasileira na COP30 e do governo federal. Em reunião com representantes da indústria internacional, na Semana do Clima de Nova York, o presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, destacou que os combustíveis sustentáveis são indispensáveis para alcançar a meta Net-Zero de emissões de gases de efeito estufa. Na ocasião, o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, embaixador Maurício Lyrio, fez coro, afirmando que a promoção dessas tecnologias como solução para setores de difícil descarbonização é uma prioridade do Brasil.
Apesar da matriz brasileira já ser aproximadamente 90% baseada em energias renováveis, ainda é necessário descarbonizar outros setores para que o Brasil consiga cumprir as metas de sua NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada), e, consequentemente, viabilizar os objetivos do Acordo de Paris.
Conheça algumas das iniciativas em energias renováveis da Itaipu Binacional, para além da produção hidrelétrica:
Biogás, biometano e SAF: a Unidade de Demonstração (UD) de Biogás e Biometano de Itaipu realiza o tratamento adequado de resíduos orgânicos, produzindo biogás e uma série de pesquisas na temática dos biocombustíveis, como o biometano e o petróleo sintético renovável, base para a produção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF). Inaugurada em 2017, a UD Itaipu já tratou mais de 600 toneladas de resíduos de materiais apreendidos pela Receita Federal, Polícia Federal e Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), produzindo cerca de 41 mil m³ de biometano. O combustível, que tem características semelhantes ao gás natural, é usado para abastecer a frota de veículos leves do complexo e o ônibus de turismo da hidrelétrica.
Usina solar flutuante: em implantação no reservatório da Itaipu, o projeto é de caráter experimental e contempla a instalação de painéis flutuantes com uma capacidade instalada de 1 MWp (megawatt-pico). O objetivo é gerar energia limpa para o consumo da própria usina, otimizar o uso do reservatório e avaliar os impactos ambientais e de desempenho dessa tecnologia.
Hidrogênio de baixo carbono: na planta abrigada na usina de Itaipu, são desenvolvidos estudos em produção, armazenamento e aplicação prática do hidrogênio verde, bem como pesquisas de desempenho e avaliação de viabilidade técnico-econômica.
Energia fotovoltaica: Itaipu publica editais e convênios para a expansão da geração solar fotovoltaica, permitindo que universidades, prefeituras e organizações filantrópicas invistam nessa fonte. Somente os projetos de prefeituras já em operação somam uma potência instalada de 42 MWp (megawatt-pico), o suficiente para abastecer uma cidade de 70 mil habitantes.
