Publicado em 13 de setembro de 2024 às 19:28
- Atualizado há um mês
A Terra Indígena Mãe Maria, no sudeste do Pará, enfrenta uma devastação causada por um incêndio que se alastra há mais de 11 dias. As lideranças indígenas pedem ajuda ao governo federal para auxiliar no combate às chamas.
Assista:
Katê Parkatêjê, líder da aldeia Gavião Parkatêjê, relata que diversas áreas já foram queimadas, e ele teme que o fogo se espalhe ainda mais. “O fogo começou no mês passado, desde agosto, e há mais de um mês não chove. Dentro da nossa reserva também passa um linhão da EletroNorte, que não é devidamente limpo, e as árvores acabam tocando nos fios. O primeiro foco de incêndio veio de lá, e depois disso não conseguimos mais controlar”, disse o cacique da aldeia Gavião Parkatêjê.
O cacique gravou um vídeo mostrando o avanço das chamas na região e cobra que as autoridades priorizem o combate ao fogo para evitar maiores perdas. "Hoje, o fogo atingiu uma área de 20 km, queimando pés de castanha, açaí, cupuaçu, todos os frutos que nos sustentam. Os bichos e os animais estão morrendo. Minha comunidade teve que ser levada para a cidade, estamos retirando todos da aldeia porque à noite não conseguimos dormir devido à fumaça", relatou o líder.
Assista:
Katê Parkatêjê também fez um apelo às autoridades: "Estamos pedindo ajuda ao Ministério dos Povos Indígenas e à Funai, mas até agora ninguém se posicionou a nosso favor."
Segundo as autoridades, o combate ao incêndio conta atualmente com cerca de 24 agentes dos Bombeiros. Na última quinta-feira, 12, uma reunião entre a Funai, o Ibama e outras lideranças indígenas definiu a estratégia a ser seguida.
“Por se tratar de uma Terra Indígena, não podemos entrar com maquinário sem antes fazer um acordo com as tribos, a Funai e o Ibama. Fizemos uma reunião ontem (quinta-feira, 12) para discutir esses pontos, e ficou decidido que vamos deixar o combate direto (no chão) para utilizar tanto o maquinário, abrindo áreas de aceiro para cercar o fogo, quanto o combate aéreo. A partir deste sábado, 14, devemos começar a atuar com aeronaves e maquinários", informou o Tenente Coronel Felipe Galucio, do quartel de Marabá.
O cacique Katê Parkatêjê reforça o apelo às autoridades: “Estamos pedindo ajuda ao Ministério dos Povos Indígenas e à Funai, mas até agora ninguém se posicionou a nosso favor.”
O cacique Katê Parkatêjê apela para que o Ministério dos Povos Indígenas e a Funai se posicionem a respeito da crise na região. “Nós estamos pedindo ajuda ao ministério dos povos indígenas, a Funai, para que se posicionem, mas até agora ninguém se posicionou a nosso favor.” apelou o líder indígena.
O Portal Roma News entrou em contato com os órgãos citados pelos denunciantes, para esclarecimentos e aguarda retorno.
Por: Jorge Mateus Palheta — Estagiário
Sob-supervisão: Danielle Zuquim — Editora Chefa