Publicado em 6 de agosto de 2025 às 18:45
Fibra de juta, ouriço de castanha-do–pará, lignina e outros materiais naturais dão forma a um revestimento inteligente para construções mais sustentáveis, e que geram menos impacto ambiental. Esse é o projeto Juma, uma iniciativa desenvolvida na primeira edição do Hackathon da Jornada COP+, realizada em maio deste ano. O projeto foi o grande vencedor da competição, que agora chega à segunda edição, desta vez para desenvolver soluções de descarbonização para o setor mineral.>
Com o tema “Mineração sustentável para uma economia de baixo carbono”, o 2° Hackathon da Jornada COP+ será realizado entre os dias 10 a 13 de setembro, no SENAI Getúlio Vargas, em Belém. Os três melhores projetos receberão o prêmio de R$20 mil (1° lugar), R$10 mil (2° lugar) e R$5 mil (3° lugar). As inscrições estão abertas e podem ser feitas no site da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa).>
A proposta do evento é desenvolver soluções que realmente possam ser aplicadas em larga escala. Por isso, mesmo após o Hackathon, os vencedores seguem com mentoria e orientação da equipe do Instituto SENAI de Inovação. Para o Juma, a vitória já tem gerado frutos. “Colocamos a nossa ideia em diversos editais, levamos para congressos de fora do estado, e recebemos bastante interesse. Agora a gente está, de fato, levando o projeto adiante, abrindo uma empresa e criando um negócio, algo que eu nem tinha imaginado antes do hackathon”, afirma Bianca Martins, estudante de arquitetura e representante do projeto que foi premiado com R$20 mil.>
Na primeira edição, sete projetos foram desenvolvidos e três deles contemplados. O segundo lugar, que recebeu a quantia de R$10 mil foi o projeto Bio Verniz, um verniz sustentável selante feito com componentes da natureza e resíduos orgânicos, como casca de frutas e óleo usado. “Estar entre os vencedores foi extremamente gratificante. Além do reconhecimento, a conquista fortaleceu nossa motivação e abriu portas importantes. Após o Hackathon, tivemos mais visibilidade e conseguimos acessar outras oportunidades para desenvolver o projeto com mais profundidade”, conta Marcos Barbosa, universitário e representante do projeto.>
Atualmente, o Bioverniz está sendo acelerado por comunidade de inovação e startups do Pará, e por investidores, por meio do programa Coalizão pelo Impacto. “Isso tem sido fundamental para estruturarmos melhor o modelo de negócio, validar a solução com potenciais parceiros e nos prepararmos para etapas futuras. Nosso foco agora é avançar com testes em escala, buscar parcerias estratégicas e levantar recursos para viabilizar a produção e comercialização do Bioverniz, sempre com o propósito de gerar impacto socioambiental positivo”, pontua Marcos.>
O terceiro lugar recebeu a premiação de R$5 mil. Foi o projeto Ecobim, que utiliza a metodologia BIM de modelagem da informação da construção para calcular a sustentabilidade em projetos do setor. Para Davi Borges, estudante de arquitetura e representante do projeto, foi uma oportunidade inédita. “A novidade veio principalmente do tema que é algo que está relacionado à minha área de trabalho, de pesquisa, que é a construção civil. Dentro do Hackathon, você tem uma experiência totalmente nova com pessoas totalmente novas para pesquisar uma solução diferente, e tendo direcionamentos para desenvolver a proposta da melhor forma possível”, destacou.>
Na segunda edição, em setembro, profissionais, especialistas, pesquisadores e estudantes terão 33 horas de imersão para desenvolver os projetos. Logo no primeiro dia, eles apresentarão as soluções e as melhores serão selecionadas para seguir na competição. A partir daí, equipes serão formadas para trabalhar nas soluções, sempre com o auxílio de mentores especializados.>
A competição quer contemplar projetos dentro dos temas: alterações da matriz energética; transformação digital e inovação; economia circular; eficiência logística; monitoramento de emissões/balanço de carbono; e soluções para a captura de carbono. Ao final, as soluções desenvolvidas serão apresentadas a uma banca formada por jurados especializados, que avaliarão critérios de inovação, originalidade, viabilidade, adequação ao campo temático proposto, sustentabilidade e clareza na explicação.>
A assessora de inovação do Instituto SENAI de Inovação, Thais Haber, destaca que o ambiente de cocriação que reúne profissionais de diferentes áreas potencializa a geração de ideias inovadoras e soluções práticas. “Ao trabalhar com desafios reais, os participantes geram soluções alinhadas às demandas do setor produtivo, o que aumenta a viabilidade e aplicabilidade dos projetos gerados. Espera-se que os projetos vencedores do Hackathon deixem o evento significativamente mais estruturados e amadurecidos, tanto em termos técnicos quanto conceituais, e mais conscientes dos desafios de implementação, das necessidades do mercado e das possibilidades de impacto de suas soluções”, pontua.>
Realizado pela Jornada COP+, movimento da Federação das Indústrias do Estado do Pará pela transição justa na Amazônia brasileira, o 2° Hackathon é correalizado pela Hydro e tem o patrocínio super master da Vale.>
Serviço: 2º Hackathon da Jornada COP+>
Dias: 10 a 12 de setembro, a partir de 8h30 às 18h e 13 de setembro, de 8h30 às 13h>
Local: SENAI Getúlio Vargas (Tv. Barão do Triunfo, 2806 - Marco, Belém - PA)>
Inscrições: https://www.fiepa.org.br/event-details/2-hackathon-jornada-cop-1>