Nova Aliança na COP30 busca acelerar adaptação global às mudanças climáticas

Iniciativa reúne governos, instituições financeiras e setor privado para impulsionar planos nacionais de adaptação

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 22:36

Aliança pela implementação de Planos Nacionais de Adaptação -
Aliança pela implementação de Planos Nacionais de Adaptação - Crédito: Carlos Tavares/COP30

Uma nova plataforma internacional foi anunciada nesta quarta-feira durante a COP30 com o objetivo de acelerar a implementação de ações de adaptação à mudança climática em escala global. A Aliança de Implementação dos Planos Nacionais de Adaptação (NAPs) pretende articular esforços entre governos, instituições financeiras, setor privado e organizações da sociedade civil.

A iniciativa é liderada pela Presidência da COP30, pelos governos da Alemanha e da Itália, e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Segundo os organizadores, a plataforma vai servir como um espaço de debate sobre os NAPs, além de facilitar a alocação de recursos para projetos de adaptação climática.

Alice Amorim, diretora de Programas da Presidência da COP30, destacou a importância da colaboração multissetorial. “O encontro reuniu diferentes organizações que estão olhando para o mapa dos NAPs sob diversas metodologias, para resultar em um mutirão pela adaptação”, afirmou.

O evento também abordou os desafios para a execução de medidas em larga escala. Um relatório recente do PNUMA indica que o financiamento disponível atualmente é de 8 a 14 vezes menor do que o necessário. Além disso, a capacitação de profissionais e a transferência de tecnologia foram apontadas como pontos críticos para viabilizar a adaptação.

Para Youssef Nassef, diretor de Adaptação da UNFCCC, demonstrar o potencial de investimento na adaptação é essencial. “Se não for pago em dinheiro, poderá custar vidas humanas. A Aliança deve atuar como catalisador para atrair atores além do óbvio”, disse.

O Brasil, embora ainda não tenha submetido oficialmente seu NAP à UNFCCC, já desenvolveu o plano nacional, segundo o secretário Nacional de Mudança do Clima, Aloísio Melo. O processo identificou 560 municípios mais vulneráveis e envolveu capacitação de profissionais e diálogos com diversas instituições públicas.

Participaram do anúncio representantes de governos, incluindo Alemanha, Itália, Vanuatu e Quênia, além de bancos multilaterais como o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Asiático de Desenvolvimento, fundos de investimento como o Fundo Verde para o Clima e filantropias como Itaúsa e ClimateWorks. Organizações do terceiro setor também marcaram presença, como o The Atlantic Council's Climate Resilience Center, NRDC, NAP Global Network e NDC Partnership.

Com informações do site oficial COP30