Publicado em 20 de outubro de 2025 às 10:11
Faltam exatamente 21 dias para o início da COP 30 em Belém. Pela primeira vez os amazônidas estarão em maioria, ao redor do Parque da Cidade vai ser impossível fugir de tanta cultura e ancestralidade conectadas com a floresta que envolve a nossa cidade.>
A pergunta que fica é: afinal, tanto dinheiro investido para receber o evento, como ele pode nos impactar no dia a dia após essas duas semanas?>
A Conferência das Partes surge de uma necessidade global de ação contra o uso de combustíveis fósseis e acende um alerta sobre o equilíbrio com o meio ambiente e seus ecossistemas. É natural que o Brasil, enquanto protagonista em temas ambientais, esteja no centro deste debate desde o início. O Rio-92 foi um marco para a história da ONU, com a criação de um organismo específico para mudanças climáticas chamado UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que coordena as COPs desde então.>
Em 2025 o Brasil retorna à cadeira de liderança como presidente da 30ª COP, e isso muda muita coisa, pois em 33 anos nós - população nortista brasileira - aumentamos a luta pela Amazônia de pé, pelos povos tradicionais e por justiça climática. Somos nós, que desde que o Brasil é Brasil, protegemos nossa cultura e nosso território, e é hora do restante do país nos escutar.>
Do lado daqui, cada dia até a COP também é uma caminhada para o reconhecimento coletivo enquanto amazônida, enquanto principais afetados pelas decisões dos países que estarão em salas fechadas definindo diretrizes sobre nosso futuro. É dentro de cada COP que os países se comprometem em ter metas nacionais para adaptação, mitigação e desenvolvimento de políticas públicas com base nas mudanças climáticas. As NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) que nada mais é do que os objetivos de cada país para diminuir os impactos ambientais, são diretrizes chaves para a população, pois é nela que uma nação deve se basear para integrar ações concretas.>
Com isso, nós, enquanto povos da região amazônica temos o dever de cobrar esses decisores para que os acordos sejam eficazes, as metas nas NDCs sejam atingidas, e para que nós estejamos cada vez mais inseridos no processo decisório.>
Não há decisão justa, sem os povos da Amazônia envolvidos.>