Pará foi o primeiro estado a incluir disciplina de educação ambiental no ensino médio, diz ministro da Educação

Camilo Santana afirmou que a iniciativa serve de exemplo para todo o país e deve inspirar políticas nacionais voltadas à formação sustentável

Publicado em 12 de novembro de 2025 às 18:31

Camilo Santana afirmou que a iniciativa serve de exemplo para todo o país e deve inspirar políticas nacionais voltadas à formação sustentável
Camilo Santana afirmou que a iniciativa serve de exemplo para todo o país e deve inspirar políticas nacionais voltadas à formação sustentável Crédito: Roma News

Durante participação no terceiro dia de COP30, em Belém, o ministro da Educação, Camilo Santana, destacou o pioneirismo do Pará, primeiro estado do Brasil a incluir a disciplina de educação ambiental no currículo do ensino médio. O ministro afirmou que a iniciativa serve de exemplo para todo o país e deve inspirar políticas nacionais voltadas à formação sustentável.

Segundo Camilo, a proposta do governo federal é que o novo Plano Nacional de Educação (PNE), que definirá as metas para os próximos dez anos, inclua um eixo específico dedicado à questão ambiental e às mudanças climáticas. Ele explicou que o Ministério da Educação estuda revisar as diretrizes curriculares nacionais para decidir se o tema continuará como conteúdo transversal ou passará a integrar o currículo escolar de forma obrigatória.

“O Pará foi pioneiro ao incluir a disciplina de educação ambiental no currículo. Essa decisão inspira o país a colocar o meio ambiente no centro da formação escolar”, afirmou o ministro.

Ministro defende formação de professores e inserção da educação ambiental em todas as disciplinas nas escolas

Camilo também defendeu a formação de professores e a inserção da educação ambiental em todas as disciplinas, ressaltando que o país ainda enfrenta um grande desafio de capacitação. De acordo com dados do Censo Escolar, apenas 1,7% dos professores da região Norte têm formação de no mínimo 80 horas em educação ambiental.

“Precisamos formar professores, discutir e rever as diretrizes curriculares nacionais da educação ambiental. Hoje, 67% das escolas brasileiras têm alguma ação ambiental, mas muitas são pontuais. É preciso metas, avaliação e resultados. Educação ambiental deve ser tratada como política pública estruturante”, destacou.

O ministro afirmou que a consciência ambiental e climática deve nascer na escola, e que a educação é o caminho para uma mudança duradoura. Ele lembrou ainda da Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, realizada este ano em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, quando estudantes entregaram uma carta ao presidente da República com propostas de cuidado com o planeta.

“Eu queria muito que essa fosse a COP das crianças. Elas representam o futuro do país e já demonstram que têm um olhar atento sobre o meio ambiente”, disse.

Santana fala da ampliação da alimentação escolar com produtos da agricultura familiar e reforça vínculo entre nutrição e sustentabilidade

Camilo Santana também destacou a importância da alimentação escolar sustentável como parte dessa transformação. Segundo ele, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é o maior do mundo, atendendo 48 milhões de estudantes da rede pública. O ministro celebrou a ampliação da compra de alimentos da agricultura familiar, que passará de 30% para 45% a partir de 2026.

“Essa medida garante sustentabilidade, qualidade e estimula o consumo de produtos in natura. Queremos eliminar os ultraprocessados da alimentação escolar”, afirmou.

Camilo ressaltou que a mudança valoriza os povos tradicionais, ribeirinhos, agricultores familiares e pescadores, fortalecendo economias locais e promovendo práticas agrícolas mais ecológicas. O programa, que movimenta cerca de R$ 5 bilhões por ano, é, segundo o ministro, essencial para garantir a aprendizagem e a inclusão.

“Se queremos qualidade educacional, precisamos garantir que as crianças se alimentem bem. A questão ambiental também passa pela alimentação escolar. Produzir e consumir de forma sustentável é cuidar das pessoas e do planeta ao mesmo tempo”, concluiu.

Para o ministro, a COP30 deve deixar como legado um compromisso global com a educação ambiental, consolidando a escola como espaço central de transformação diante dos desafios climáticos do século XXI.