Publicado em 4 de setembro de 2025 às 14:56
O mês de agosto de 2025 trouxe um dado surpreendente para o Pará: os focos de incêndio florestal caíram 90,5% em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram 1.314 ocorrências registradas, contra 13.803 em 2024, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), analisado pela Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas).>
A queda acontece justamente na véspera do Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro, e dá novo fôlego ao debate sobre como conciliar desenvolvimento e preservação.>
Programa em ação>
O resultado é atribuído ao Pará Sem Fogo, programa estadual lançado este ano para reforçar a prevenção e o combate às queimadas. A iniciativa aposta em monitoramento em tempo real, resposta rápida, capacitação de brigadas locais e alternativas sustentáveis ao uso do fogo.>
Além da estratégia de prevenção, o governo tem mantido equipes em campo. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Pará, essa presença direta em diferentes regiões foi fundamental para conter os focos. “Nossas equipes têm estado em todas as regiões, atuando no combate direto às chamas, treinando brigadas e trabalhando preventivamente nas comunidades. Essa integração foi decisiva para alcançar o resultado”, afirmou o coronel Jayme de Aviz Benjó, comandante-geral da corporação.>
Emergência ambiental>
O estado também segue em regime de emergência ambiental e climática por 180 dias, conforme o decreto nº 4.868, medida que amplia a capacidade de resposta diante de incêndios florestais e eventos extremos.>
Sinal de mudança>
Para o secretário de Meio Ambiente, Raul Protazio Romão, a redução mostra que o combate ao fogo pode ser mais eficaz quando inclui ciência, prevenção e alternativas para comunidades que historicamente usam o fogo como ferramenta agrícola. “A queda drástica nos focos prova que é possível proteger a floresta e reduzir os riscos às comunidades com planejamento e resposta rápida”, avaliou.>
Os números animam, mas também impõem desafios: manter a curva de queda e impedir retrocessos. Afinal, como lembram especialistas, o fogo ainda é uma ameaça recorrente na Amazônia — e o Pará parece querer mostrar que está disposto a escrever uma nova história.>