Publicado em 12 de agosto de 2025 às 08:35
O mês de julho de 2025 marcou uma importante conquista no combate às queimadas no Pará. Dados do Núcleo de Monitoramento Hidrometeorológico (NMH), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), apontam uma redução de 74,3% no número de focos de calor em relação ao mesmo mês em 2024, segundo dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).>
Em julho do ano passado, o estado, dentro de um contexto de enfrentamento aos fenômenos climáticas globais, enfrentou um cenário desafiador. O período foi marcado por eventos climáticos extremos, como o El Niño e o Dipolo do Atlântico, que provocaram forte estiagem e favoreceram os incêndios florestais.>
Já em 2025, o mês de julho deste ano registrou apenas 837 focos de calor - em comparação aos 3.265 focos registrados em 2024, reflexo direto do fortalecimento das políticas públicas de prevenção e controle ambiental no estado, além da situação da situação favorável em relação às chuvas e à normalidade das variáveis climáticas e oceânicas.>
“Esses números expressivos refletem o compromisso firme do governo do Pará com a preservação da Amazônia e a qualidade de vida da nossa população. Ao garantir a proteção da floresta viva por meio do combate efetivo às queimadas, estamos preservando nossos recursos naturais e promovendo o desenvolvimento sustentável. Seguimos implementando ações contínuas e integradas que colocam o Pará como referência nacional e internacional no enfrentamento às mudanças climáticas e na conservação ambiental”, destacou o governador do Estado, Helder Barbalho.>
Estratégia integrada e ações estruturantes - esses resultados refletem uma estratégia contínua de comando e controle, valorização da floresta viva e fortalecimento das ações de fiscalização.>
Como medida estruturante, o Programa Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PEPIF), o Pará Sem Fogo, foi lançado neste ano pela secretaria em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar, com base em quatro eixos: monitoramento em tempo real, prevenção com base em ciência, resposta rápida coordenada e capacitação de brigadas locais.>
O Estado já mapeou 22 zonas com risco médio a alto de incêndios e mantém um centro de monitoramento climático e de queimadas, que utiliza imagens de satélite, dados meteorológicos e sensores termais para acompanhar, em tempo real, tanto o desmatamento quanto os focos de calor.>
Além disso, o programa vai criar um Centro Integrado Multiagências de Combate aos Incêndios Florestais, que traz ações da secretaria integradas ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará, à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap), à Secretaria de Estado dos Povos Indígenas do Pará (Sepi) e ao Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), para que atuem em um centro de comando único.>
Outro avanço importante foi a oficina de construção participativa do PEPIF, realizada neste mês, conduzida pela Semas com apoio técnico e envolvimento de diversos setores da sociedade civil, pesquisadores e instituições públicas, buscando consolidar diretrizes de longo prazo para enfrentar o uso do fogo de forma ordenada, considerando a realidade territorial do estado.>
“A redução significativa nos focos de queimadas em julho é um reflexo direto do esforço coletivo que o Pará vem fazendo para proteger seus territórios. Estamos fortalecendo a fiscalização, investindo em tecnologia e ampliando o diálogo com os municípios e com as comunidades. Esse resultado mostra que é possível aliar desenvolvimento à preservação ambiental e seguir evoluindo a estratégia do Estado para enfrentar os novos desafios climáticos”, afirmou Raul Protazio Romão, secretário de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade.>
*Municípios com maiores reduções no período analisado* - o município de Itaituba, que liderou o ranking em 2024 com 719 focos, reduziu esse número para apenas 83 em 2025 — uma queda de 88,4%. Altamira apresentou redução de 66,3%, passando de 169 para 57 focos. São Félix do Xingu registrou queda de 74,7%, com redução de 162 para 41 focos. Já Novo Progresso e Jacareacanga, que figuraram entre os cinco municípios com mais queimadas em 2024, não aparecem entre os maiores registros em 2025, indicando uma queda tão expressiva que os retirou do topo do ranking estadual.>