Presidente da CNI rebate jornalista e garante COP30 em Belém: 'não tem volta'

A declaração foi uma resposta à jornalista Vera Magalhães, que apresentou críticas à infraestrutura da capital paraense e questionou se o Brasil não deveria “dar alguns passos atrás” e considerar outra cidade para sediar o evento

Publicado em 5 de agosto de 2025 às 14:26

Presidente da CNI, Antônio Ricardo e a jornalista Vera Magalhães.
Presidente da CNI, Antônio Ricardo e a jornalista Vera Magalhães. Crédito: Reprodução 

Durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Antonio Ricardo Alvarez Alban, afirmou de forma categórica que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, vai ocorrer em Belém, sem chances de mudança de sede.

A declaração foi uma resposta à jornalista Vera Magalhães, que apresentou críticas à infraestrutura da capital paraense e questionou se o Brasil não deveria “dar alguns passos atrás” e considerar outra cidade para sediar o evento. Segundo Vera, Belém estaria “dando vexame” na organização da COP, principalmente no setor hoteleiro, onde comerciantes estariam tentando lucrar em poucos dias o que não ganham em anos.

Em resposta, Alban afirmou que a CNI esteve recentemente em Belém e que a cidade está passando por um processo intenso de preparação.

“Belém está um canteiro de obras. A cidade está se organizando para entregar uma boa estrutura a quem for para a COP, especialmente as delegações internacionais. Muitas empresas estão envolvidas nesse esforço,  a Vale, por exemplo, está trabalhando pesado”, afirmou.

Sobre os preços elevados na rede hoteleira, o presidente da CNI relativizou a situação e afirmou que isso acontece em todas as edições do evento ao redor do mundo.

“Esse problema de exploração, minha jovem, é no mundo inteiro. Quando tem COP, é isso”, declarou Alban, de forma enfática.

Ele também compartilhou sua experiência na COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, em 2024, e ressaltou que, mesmo em uma cidade altamente estruturada, os preços também estavam fora do normal.

“Baku tem hotéis cinco estrelas sobrando, mas os valores estavam fora da realidade. Não é exclusividade de Belém”, afirmou.

Ainda assim, Alban reconheceu que cabe ao governo brasileiro atuar para minimizar os efeitos da exploração.

“Vai ter que mitigar. É responsabilidade do governo mitigar esse problema de exploração. Mas eu tenho plena convicção de que a COP vai acontecer sim em novembro. Não tem como voltar atrás”, concluiu.

A fala do presidente da CNI reforça a confiança do setor industrial na realização do evento em Belém, apesar das críticas que vêm sendo feitas à infraestrutura da cidade. A expectativa é de que os investimentos em andamento garantam condições adequadas para receber representantes de mais de 190 países e milhares de participantes na maior conferência climática do planeta.