Protesto na entrada da COP30 em Belém é marcado por enfrentamento e quebra-quebra

Manifestação inicialmente pacífica se transforma em confronto, com feridos e tumulto

Publicado em 11 de novembro de 2025 às 21:50

Segurança foi reforçada no entorno do evento -
Segurança foi reforçada no entorno do evento - Crédito: Roma News

A entrada principal da COP30, em Belém, foi palco de cenas de violência e confusão na noite desta terça-feira (11), durante uma manifestação que ultrapassou o esperado para um evento essencialmente diplomático e democrático.

A ocupação do prédio por indígenas do Baixo Tapajós e manifestantes do Coletivo Juntos resultou em pessoas feridas, tanto manifestantes quanto seguranças foram vistos saindo da Blue Zone, área reservada para delegados e credenciados da conferência.

Imagens e relatos também registraram um segurança sendo agredido a chutes por um manifestante, enquanto indivíduos portando bandeiras da Palestina circulavam em meio à confusão.

A manifestação inicial foi organizada pela Marcha Global por Saúde e Clima, mas o grupo emitiu nota oficial ressaltando que não se envolveu nas cenas de violência registradas (veja a nota na íntegra ao final da matéria).

A linha de frente do protesto violento foi conduzida por duas frentes: os Povos Indígenas do Baixo Tapajós, que reivindicavam a taxação dos bilionários, a demarcação de terras indígenas e o fim de grandes empreendimentos que exploram a Amazônia, e o Coletivo Juntos, movimento de juventude autodeclarado como “antifascista, anticapitalista e ecossocialista”.

Confira a nota

"A Marcha pela Saúde e Clima, realizada nesta segunda-feira, 11 de novembro, foi um sucesso de público, reunindo cerca milhares pessoas de pessoas em Belém (PA). O ato teve concentração na Embaixada dos Povos e contou com a participação de instituições como a Fiocruz, Médicos pelo Clima, Instituto Ar, SUS e diversas entidades da área da saúde e da sociedade civil. O objetivo da marcha foi chamar atenção para os impactos das mudanças climáticas na saúde pública e para a necessidade urgente de políticas que protejam tanto as pessoas quanto o planeta. Todos os participantes da marcha cumpriram integralmente o trajeto e os acordos previamente firmados com a organização da COP30, evento histórico sediado pelo Brasil em Belém do Pará.

Os atos que ocorreram após a marcha não fazem parte da organização do evento que tratou de saúde e clima. A marcha, que se encerrou na Travessa Lomas Valentina com a Duque de Caxias, foi uma expressão legítima, pacífica e organizada de mobilização popular, construída com diálogo, responsabilidade e compromisso coletivo. Reafirmamos nosso respeito às instituições organizadoras da COP30 e o compromisso com uma Amazônia viva, saudável e sustentável para todos."