Publicado em 1 de setembro de 2025 às 18:28
Mais do que discutir a Amazônia como território em disputa, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) propõe pensar o país a partir dela. O conceito de “Re-Amazonizar o Brasil” coloca os saberes ancestrais dos povos originários e as tecnologias contemporâneas lado a lado como chaves para enfrentar as mudanças climáticas e imaginar futuros possíveis.>
A iniciativa surge em sintonia com os debates que antecedem a COP30, marcada para 2025 em Belém. A UFRJ defende que re-amazonizar significa recolocar a floresta, seus povos e culturas no centro da vida nacional, não apenas como patrimônio a ser preservado, mas como fonte de soluções para crises globais.>
Segundo a pró-reitora de Extensão da UFRJ, Ivana Bentes, o movimento é uma forma de articular ciência, arte e políticas públicas com a sabedoria dos povos da floresta. “Ao reunir esses saberes, reafirmamos o papel da universidade como articuladora de soluções para os grandes desafios do nosso tempo”, afirmou.>
Entre os nomes que dão voz a essa visão estão lideranças indígenas como Sinéia do Vale, representante na COP30, Inara Nascimento, professora de saúde coletiva e segurança alimentar, e Dzoodzo Baniwa, referência na educação escolar indígena. Eles se somam a pesquisadores como o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, que há décadas debate a centralidade dos povos indígenas para o futuro do Brasil.>
Mais do que um tema acadêmico, re-amazonizar o Brasil é uma proposta política e cultural: transformar a forma como o país enxerga a Amazônia e aprender com quem sempre soube que floresta em pé é sinônimo de vida.>