Relatório que antecede a COP30 em Belém mostra que adaptação climática pode gerar 280 milhões de empregos; entenda
O estudo, chamado “Returns on Resilience”, será uma das principais referências de debate na COP30, que acontece em Belém daqui há uns dias
Publicado em 27 de outubro de 2025 às 13:56
Um novo relatório internacional aponta que cada dólar aplicado em adaptação climática pode evitar até quatro dólares em prejuízos econômicos. O estudo, chamado “Returns on Resilience”, será uma das principais referências de debate na COP30, que acontece em Belém, em novembro de 2025.
O documento, apresentado durante reunião de ministros das finanças em Washington, mostra que investir em resiliência não é gasto, mas oportunidade econômica. O retorno médio estimado é de 25% ao ano, com potencial para criar 280 milhões de empregos até 2035, principalmente nos setores de agricultura, infraestrutura e construção civil.
Segundo o relatório, os países em desenvolvimento precisam destinar cerca de US$ 350 bilhões por ano até 2035 para fortalecer suas estruturas contra os impactos do clima, o equivalente a 0,5% do PIB global.
O Brasil é citado como exemplo: US$ 2 bilhões investidos em rodovias mais resistentes poderiam evitar perdas de até US$ 47 bilhões causadas por eventos climáticos extremos. Ainda assim, o estudo alerta que o país, assim como boa parte do mundo, ainda destina a maior parte dos investimentos para estruturas vulneráveis.
Outro destaque é a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa liderada pelo Brasil para garantir financiamento duradouro aos países que preservam suas florestas. O Banco Mundial será o responsável por sediar e administrar o fundo, que já conta com US$ 1 bilhão comprometido pelo Brasil e meta de atingir US$ 125 bilhões, combinando recursos públicos e privados.
Com 286 eventos já confirmados, a COP30 em Belém promete ser um marco para transformar planos climáticos em planos de investimento.
Entre as metas estão:
• incluir a adaptação climática nos orçamentos nacionais e nos planos de investimento;
• incorporar o risco climático nas decisões financeiras;
• criar mecanismos de resiliência, como seguros climáticos e dados de risco físico.
Com informações da CNN Brasil
