Rumo à COP30, capital paraense revela sua riqueza gastronômica

Conheça um pouco da culinária paraense que os participantes da maior conferência climática do mundo poderão experimentar em novembro.

Publicado em 28 de agosto de 2025 às 09:32

Entre os pratos típicos estão o tacacá e o açaí.
Entre os pratos típicos estão o tacacá e o açaí. Crédito: Reprodução

Sede da COP30 e porta de entrada da Amazônia, a capital paraense carrega, em cada canto, uma história de resistência, diversidade e riqueza cultural. Apesar de ser um centro urbano com uma população de quase 1,4 milhão de habitantes e moderno em vários aspectos, Belém mantém o ar tradicional das fachadas dos casarões, das praças, das igrejas e capelas do período colonial.

Uma metrópole que pulsa cultura, inovação, tradições e beleza. Entre o som do carimbó, o gosto do açaí, o calor das praias paradisíacas e a alegria de um povo carismático e hospitaleiro, o Brasil se prepara para mostrar ao mundo que desenvolvimento, preservação ambiental e justiça social não apenas podem, como precisam caminhar juntos.

Com a aproximação da realização da maior conferência climática do mundo, esta série especial mostra um pouco do que faz Belém ser cartão postal do Norte do Brasil. Este é um convite para conhecer e se encantar com a capital da Amazônia que está prestes a receber o mundo.

Epicentro da gastronomia paraense

Belém abriga um dos mercados mais antigos do país e o maior a céu aberto da América Latina. É o famoso Mercado Ver-o-Peso, inaugurado em 1625. Um espaço tomado por aromas, cores e sabores típicos do Pará, que reúne toda a diversidade da culinária paraense.

No Ver-o-Peso, as bancas expõem peixes e camarões frescos, verduras e frutas variadas, farinhas e temperos de todo tipo, remédios naturais, ervas, mandingas, e tantos outros itens encontrados apenas por lá. É em meio a essa efervescência que Ulisses Silva tem sua banca de açaí com peixe frito, um dos pratos mais tradicionais vendidos no local.

As bancas expõem peixes e camarões frescos, no Ver-o-Peso.
As bancas expõem peixes e camarões frescos, no Ver-o-Peso. Crédito: Reprodução

O feirante cresceu no Mercado Ver-o-Peso, onde começou a trabalhar ainda na adolescência, aos 13 anos, na banca da mãe, e aos poucos foi conquistando o próprio espaço. Seu sonho é ver o mundo descobrir e valorizar a riqueza gastronômica do Norte do Brasil.

“A culinária aqui do Pará é a nossa riqueza. O açaí com peixe frito, arroz, feijão, macarrão, saladinha, peixe, tem na mesa de qualquer ser humano. Difícil é o turista ter um peixe que nós só temos no Brasil, que é o dourado, o filhote e o pirarucu. Então, essa vai ser a nossa grande luta: eles provarem o nosso peixe. Apresentar a nossa comida”, enfatiza o feirante.

Outro prato tradicional paraense é o tacacá — uma sopa de origem indígena feita com tucupi (caldo extraído da mandioca), camarão seco, tapioca e o jambu, uma planta comumente encontrada no Norte do Brasil que provoca leve sensação de dormência e formigamento na boca e na língua. Ou, como dizem na região, faz “tremer” e salivar.

Tacacá é um prato tradicional paraense.
Tacacá é um prato tradicional paraense. Crédito: Reprodução

Há também o irresistível pato no tucupi, que leva carne de pato cozida no caldo de tucupi com jambu e ervas aromáticas, e a maniçoba, feita com as folhas da mandioca brava (maniva) cozidas por vários dias para remover o ácido cianídrico, um componente tóxico. Após o longo cozimento, a maniva é combinada com carnes de porco, charque, linguiça e outros temperos.

Pato no tucupi.
Pato no tucupi. Crédito: Reprodução

E não para por aí: arroz de pato e o tradicional pirarucu - uma das maiores espécies de peixe de água doce do mundo - são alguns dos pratos típicos que você precisa experimentar.

Arroz de pato.
Arroz de pato. Crédito: Reprodução

Para a sobremesa, o doce de cupuaçu - uma fruta grande, oval e de polpa branca e cremosa -, o creme de tapioca, os bombons de castanha e os sorvetes de frutos endêmicos da região prometem uma explosão de sabores amazônicos.

Bombons de sabores regionais variados.
Bombons de sabores regionais variados. Crédito: Reprodução

A poucos metros do Ver-o-Peso, fica a Estação das Docas, um charmoso complexo gastronômico que é, na verdade, um convite para sentar, saborear as delícias da região e ainda curtir um pôr-do-sol de tirar o fôlego às margens da Baía do Guajará.