Selo de Bioeconomia valoriza negócios e empreendedores paraenses

Selo criado pela ASSOBIO reconhece negócios comprometidos com práticas sustentáveis e impulsiona cadeias produtivas locais às vésperas da COP30

Publicado em 31 de julho de 2025 às 11:54

Selo de Bioeconomia valoriza negócios e empreendedores paraenses - 
Selo de Bioeconomia valoriza negócios e empreendedores paraenses -  Crédito: Divulgação

A sociobioeconomia da Amazônia ganha força com o lançamento do Selo de Bioeconomia da Amazônia, uma iniciativa da Associação de Sociobioeconomia da Amazônia (ASSOBIO) que reconhece negócios comprometidos com práticas sustentáveis, uso de insumos da floresta e geração de impacto social positivo. A ação, que já começou a ser implementada em Belém, deve ganhar ainda mais projeção até a realização da COP30, que ocorrerá em novembro, na capital paraense.

A certificação valoriza empreendimentos que utilizam a biodiversidade amazônica em seus produtos, como restaurantes, bares, cafeterias, fábricas de alimentos, lojas de cosméticos, entre outros negócios. “Tudo que vem da Amazônia tem um potencial gigantesco. Sementes, ervas, sabores, saberes, mas precisamos que cada vez mais as cadeias produtivas regionais sejam valorizadas. Queremos incentivar que os produtos da sociobioeconomia ganhem cada vez mais destaque e sejam reconhecidos dentro da própria Amazônia”, afirma Juliana Carepa, associada da ASSOBIO e coordenadora do projeto do Selo de Bioeconomia.

Um dos primeiros empreendimentos a receber o selo foi o restaurante comandado por Rosane Oliveira, presidente nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a confraria Tucuruvi, que hoje aposta em ingredientes locais como hortaliças regionais, farinhas artesanais, chocolates fabricados aqui, sucos da Amazonique e o gin de jambu. Além de ter um pequeno empório de vendas de marcas regionais, como os chocolates fabricados aqui. “É uma forma de valorizar quem está na base da cadeia e fortalecer a economia da região”, afirma Rosane. Ela destaca ainda que o setor de alimentação também está engajado com o compromisso da sociobioeconomia. “É muito importante incentivarmos as cadeias produtivas da nossa região não só para quem vem para cá, mas para todos que vivem aqui e sobrevivem da nossa biodiversidade”, reforça.

Bárbara Carmona, a Chef executiva da Bee Pâtisserie Boulangerie, celebra a valorização da produção local como um ato de identidade e pertencimento. “A grande beleza é fazer comida daqui, com pessoas daqui, para pessoas daqui. Mostrar que temos o potencial de fazer gastronomia de alto nível com o nosso saber, com os nossos produtos”, destaca. Bárbara combina técnicas clássicas da confeitaria francesa com insumos amazônicos, promovendo uma linguagem única de inovação e valorização cultural.

Outro empreendimento que já recebeu o Selo de Bioeconomia foi o Café Marcelino. Comandado por Paulo Henrique Raiol, o negócio incorpora produtos como caramelo de cumaru da Jucarepa e sucos da Amazonique em suas receitas. “Quando você põe um selo desses no seu negócio, significa que você se importa com uma cadeia muito mais ampla. É um movimento que só tende a crescer”, avalia. Para ele, o reconhecimento fortalece o elo entre consumidor, fornecedor e comunidade, fomentando uma rede sólida de produção sustentável.

Segundo Juliana Carepa, coordenadora do projeto, o selo vai além da certificação: “Ele mostra quem está de fato comprometido com uma produção que respeita o território, as pessoas e a biodiversidade. Não basta falar em mudança climática se essa transformação não partir de dentro.”

Empresas interessadas em receber o selo passam por um processo de curadoria, onde são avaliadas práticas sociais e ambientais adotadas. A meta da ASSOBIO é ampliar o número de negócios certificados nos próximos meses. “A Amazônia precisa mostrar ao mundo que é possível gerar renda com a floresta viva e com quem a mantém de pé. O selo vem para fortalecer essa narrativa”, conclui Juliana.

Outras ações para impulsionar o uso de produtos da sociobioeconomia

O selo é apenas uma das ações estratégicas da ASSOBIO para comunicar ao Brasil e ao mundo o valor econômico, ambiental e cultural da bioeconomia da floresta em pé.

Além do Selo de Bioeconomia, a ASSOBIO lançou, durante a Semana do Clima da Amazônia, a primeira vending machine com produtos da sociobioeconomia amazônica, a máquina de vendas reúne cerca de 30 itens como chocolates, castanhas, cosméticos e acessórios produzidos de forma sustentável por empreendedores da região. Até a COP30, as vending machines estarão instaladas em vários pontos estratégicos da capital paraense. A iniciativa tem como objetivo aproximar o público - moradores e turistas - da diversidade e qualidade dos produtos amazônicos, promovendo o acesso facilitado e valorizando a produção amazônica.

Outra iniciativa que está sendo desenvolvida pela associação é a Vitrine ASSOBIO, um espaço itinerante de exposição e comercialização de produtos desenvolvidos pelos associados da rede, como gin com jambu, molho de tucupi, chocolates, granolas de tapioca, acessórios e cosméticos.

Por meio de experiências práticas, vitrines em eventos e integração com espaços públicos e privados, a associação busca tornar os produtos amazônicos mais acessíveis, reconhecidos e valorizados.

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