Veja quem já contribuiu e o valor arrecadado pelo Fundo Floresta Tropical para Sempre

Quase 50 países apoiam o fundo, mas apenas Noruega e Portugal anunciaram aportes financeiros

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 16:45

 Sessão Plenária Geral dos Líderes Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas COP 30
 Sessão Plenária Geral dos Líderes Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas COP 30 Crédito: Alex Ferro/COP30

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Fund — TFFF), principal proposta do Brasil durante a Cúpula de Líderes da COP30, já reúne apoio político de 47 países, mas, até o momento, apenas Noruega e Portugal confirmaram contribuições financeiras.

A Noruega, tradicional parceira do Fundo Amazônia, anunciou um aporte de US$ 2,9 bilhões, enquanto Portugal informou que destinará 1 milhão de euros à iniciativa. Antes deles, Brasil e Indonésia haviam se comprometido a investir US$ 1 bilhão cada para dar partida ao mecanismo.

Lançado com o objetivo de arrecadar US$ 25 bilhões de governos até 2026, valor que serviria de base para atrair outros US$ 100 bilhões do setor privado, o fundo pretende criar uma fonte estável e de longo prazo para financiar a conservação das florestas tropicais e apoiar povos indígenas e comunidades locais.

Segundo o texto da declaração apresentada pelo Brasil, os países signatários afirmam estar “movidos pela urgência de proteger as florestas tropicais, indispensáveis para a manutenção da vida no planeta”. Entre os que aderiram estão Alemanha, Reino Unido, Japão, Emirados Árabes Unidos, México, Dinamarca e União Europeia, entre outros.

Apesar do amplo respaldo político, o desafio agora é transformar o apoio simbólico em recursos concretos. A ausência de grandes aportes de potências econômicas, como Estados Unidos e Reino Unido, preocupa negociadores brasileiros. O governo britânico, inclusive, informou que não deve contribuir financeiramente por enquanto, mesmo tendo participado da concepção do TFFF.

O fundo será operado pelo Banco Mundial (Bird), que aprovou a iniciativa por 24 votos a 1, o único voto contrário foi o dos Estados Unidos. A proposta prevê que os recursos sejam distribuídos entre mais de 70 países em desenvolvimento com florestas tropicais e subtropicais, desde que mantenham o desmatamento abaixo da média global.

A Noruega, maior doadora até agora, condicionou a liberação dos recursos ao comprometimento de outros países. O repasse será feito gradualmente até 2035, com previsão de quitação até 2075.

“Proteger as florestas tropicais é um investimento em nosso futuro comum. Esperamos que mais países também contribuam com financiamento”, declarou o ministro do Clima e Meio Ambiente norueguês, Andreas Bjelland Eriksen.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil espera atingir US$ 10 bilhões em investimentos governamentais na primeira fase do fundo. A expectativa é de que, com o engajamento de novos parceiros, o TFFF consiga mobilizar cerca de US$ 4 bilhões por ano para projetos de conservação e desenvolvimento sustentável.