5 sintomas comuns da hérnia de disco

Condição acontece quando um disco intervertebral se desloca ou sofre lesão, causando pressão nos nervos ao redor da coluna

Publicado em 15 de maio de 2025 às 20:14

A hérnia de disco costuma causar dores intensas (Imagem: Stock-Asso | Shutterstock)
A hérnia de disco costuma causar dores intensas Crédito: Imagem: Stock-Asso | Shutterstock

A dor na coluna pode estar associada a diferentes doenças e afeta uma parcela significativa da população brasileira. Para se ter uma ideia, dores na coluna e hérnia de disco foram as condições que mais geraram benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) no Brasil em 2024, segundo o Ministério da Previdência Social (MPS) — ou seja, afastaram trabalhadores por mais de 15 dias, com exigência de perícia médica.

Mas a dor na coluna pode ter causas diferentes, sendo uma das mais comuns a hérnia de disco. A coluna vertebral é formada por 33 vértebras, e as vértebras móveis — localizadas nas regiões cervical, torácica e lombar — são separadas por discos intervertebrais. Esses discos funcionam como amortecedores naturais, protegendo a medula espinhal e permitindo a flexibilidade necessária para os movimentos do dia a dia.

A hérnia de disco ocorre quando um disco intervertebral — responsável por amortecer o impacto entre as vértebras — se desloca ou sofre lesão , causando pressão nos nervos ao redor da coluna. Isso pode resultar em dor intensa e limitação dos movimentos. Abaixo, os fisioterapeutas André Pêgas e Laudelino Risso, responsáveis pelas clínicas de fisioterapia Doutor Hérnia, listam alguns sintomas comuns do problema. Confira!

1. Dor no glúteo e na parte posterior de uma das pernas

Quando o nervo ciático está comprimido ou inflamado, causa uma dor que começa no glúteo e desce pela parte de trás de uma das pernas, muitas vezes com queimação. Essa condição tem relação direta com a presença de hérnia de disco na coluna lombar.

2. Sensação de dormência e/ou formigamento nos glúteos e região posterior de uma das pernas

Em alguns casos, a dor no nervo ciático ainda não aconteceu, sendo precedida por dormência ou formigamento. Também pode ser sintoma de hérnia de disco.

3. Dor no pescoço e dor que irradia para ombros, braços e mãos

Essas são características da hérnia de disco na região cervical. Da mesma forma que a hérnia de disco lombar, quando ela ocorre na cervical, pode existir sensação de dormência nos braços e nas mãos.

A perda de força muscular é um sinal comum da hérnia de disco (Imagem: Ground Picture | Shutterstock)
A perda de força muscular é um sinal comum da hérnia de disco Crédito: Imagem: Ground Picture | Shutterstock

4. Perda de força muscular

A hérnia de disco pode causar perda de força muscular, tanto nos membros superiores quanto nos membros inferiores. Isso porque o deslocamento do disco intervertebral comprime as raízes nervosas que enviam sinais para os músculos e, dependendo da gravidade do caso, pode haver uma interrupção entre a comunicação desses músculos com o cérebro.

5. Dificuldade em se movimentar, abaixar-se e até se virar na cama

Mais uma vez, o sintoma está relacionado com a compressão que as raízes nervosas sofrem pelo deslocamento do disco intervertebral: ao dificultar o sinal enviado à musculatura, restringem-se os movimentos. Com a piora do quadro, é cada vez mais difícil realizar atividades cotidianas e até de movimentar o pescoço.

Formas de tratamento para a hérnia de disco

A hérnia de disco é uma condição que afeta homens e mulheres em idades variadas. Alguns casos precisam ser operados, mas André Pêgas e Laudelino Risso informam que a maioria dos casos do problema é tratado sem a necessidade de cirurgia.

“O chamado tratamento tradicional é composto por um protocolo de reabilitação da coluna vertebral realizado em sessões que duram em torno de três a seis meses. Esse é o período para que o paciente recupere plenamente suas funções e controle as dores, retomando a qualidade de vida, sem precisar passar pelo risco cirúrgico”, explicam.

A avaliação do paciente precisa ser criteriosa e exige exames físicos e de imagem. Além do acompanhamento médico e fisioterapêutico, são necessárias mudanças no estilo de vida — desde o que tange às atividades diárias , como abaixar-se e se levantar, pegar objetos pesados e carregar as compras, por exemplo, até as atividades profissionais.

“Há situações que necessitam de eliminação de esforços repetitivos, adequação de estações de trabalho, mudanças comportamentais e adoção de atividades físicas específicas para fortalecimento de musculatura. Tudo isso deve ser orientado por fisioterapeutas capacitados, que podem reduzir o risco de o paciente ter recidivas ou piorar o quadro”, finalizam os profissionais.

Por Simone Valente