Publicado em 10 de junho de 2025 às 18:14
A dor de cabeça é um problema comum e, muitas vezes, pode ter origens que vão além do estresse, da insônia ou de problemas de visão. Distúrbios odontológicos, como problemas na mordida, inflamações nos dentes e até bruxismo, podem ser os verdadeiros causadores do incômodo. >
Segundo o Dr. Guilherme Lima, coordenador do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera Vila Mariana, é importante ficar atento a dores de cabeça que ocorrem frequentemente ao acordar ou que se intensificam durante a mastigação. >
“Em muitos casos, a origem da cefaleia está em disfunções na articulação temporomandibular (ATM), que liga a mandíbula ao crânio, ou no apertamento dos dentes durante o sono, conhecido como bruxismo. Esses quadros provocam tensão muscular na face, irradiando dor para a cabeça, nuca e até pescoço”, explica. >
Conforme o professor, as infecções dentárias como cáries profundas, abscessos ou problemas nos dentes do siso também podem gerar dores referidas, confundindo o diagnóstico e dificultando o alívio da dor com analgésicos comuns. >
O Dr. Guilherme Lima aponta que a dor de cabeça de origem odontológica pode ser identificada por alguns sinais específicos, embora ainda seja pouco reconhecida pela população. >
“É importante observar sintomas como dor ao acordar, especialmente na região das têmporas, estalos ou travamentos ao abrir a boca, sensação de pressão na mandíbula ou desconforto ao mastigar. A sensibilidade excessiva nos dentes e dores que não melhoram com analgésicos também são sinais de alerta”, explica. >
É importante ficar atento à dor e procurar um especialista. “Quando o paciente trata a dor com remédios e ela sempre volta, é hora de buscar um diagnóstico mais aprofundado. O cirurgião-dentista pode identificar se a dor tem origem bucal e indicar o tratamento adequado”, afirma o Dr. Guilherme Lima. >
Em casos como o bruxismo, o uso de placas de mordida é uma das alternativas recomendadas para evitar o desgaste dos dentes e a tensão nos músculos da face. Para problemas de mordida e ATM, podem ser necessários ajustes na oclusão, fisioterapia orofacial ou até acompanhamento multidisciplinar com profissionais da área de saúde. >
“As pessoas precisam entender que a saúde bucal está totalmente conectada ao bem-estar geral. Tratar problemas na boca pode significar também resolver dores crônicas que afetam a qualidade de vida”, reforça o especialista. >
Por Bianca Lodi Rieg >