Publicado em 4 de setembro de 2025 às 14:49
Com apenas 4% dos resíduos sólidos urbanos sendo reciclados no Brasil anualmente, segundo a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), existe um potencial enorme para que cada família contribua significativamente com a preservação do meio ambiente. >
Erros comuns como a mistura de diferentes tipos de plástico, papel engordurado, vidro quebrado e embalagens mal limpas ainda dificultam o processo de reciclagem e podem inviabilizar o reaproveitamento de todo um lote de materiais nas cooperativas. >
Confira a seguir dicas práticas para transformar o descarte doméstico em ação efetiva de proteção ambiental! >
Para uma reciclagem eficaz, não é necessário higienizar as embalagens com a mesma quantidade de água e sabão usada para lavar louça. “Basta retirar o excesso com água corrente, esvaziando completamente os recipientes”, orienta Jordão Resende, diretor de Operações da eureciclo, empresa que promove a sustentabilidade . >
Em produtos mais consistentes, como iogurtes e molhos, o indicado é passar um guardanapo de papel, de preferência já utilizado, ou realizar um enxágue rápido com a água de reuso da lavagem da louça. A higienização básica evita a proliferação de fungos e insetos, melhora as condições de trabalho dos catadores e aumenta a chance de o material ser reaproveitado. >
Resíduos de alimentos, óleos, molhos ou cremes são os que mais comprometem a qualidade do material reciclável. “Uma embalagem suja pode contaminar outras e inviabilizar lotes inteiros nas cooperativas”, explica Silmara Neves, cientista, doutora em Química e cofundadora da IQX. >
Após a limpeza inicial, é ideal deixar as embalagens secarem antes de descartá-las . Isso evita odores e a contaminação de outros materiais recicláveis, como o papel. Embalagens úmidas podem atrair vetores e contaminar materiais como papel e papelão, inviabilizando sua reciclagem. >
A mistura inadequada é um dos principais problemas que comprometem a reciclagem . Misturar recicláveis com orgânicos e rejeitos, como papel higiênico, fraldas, absorventes e fitas adesivas, contamina todo o material. >
Além disso, o ideal é manter separados papel sem gordura, vidro inteiro, plástico limpo e metal. Para garantir a segurança dos catadores, vidros quebrados devem ser embalados em jornal ou caixas de papelão. >
Em caso de dúvida, consulte as orientações da coleta seletiva da sua cidade. Em municípios sem coleta seletiva, a solução é levar os resíduos a pontos de entrega voluntária, ecopontos ou diretamente a cooperativas. >
Nem todos os materiais possuem rotas de reciclagem economicamente viáveis. O isopor é logisticamente complexo devido ao seu grande volume e baixo peso. O vidro, apesar de ser 100% reciclável, tem baixo valor de mercado e alto custo de transporte. Embalagens metalizadas, como as de salgadinhos, e embalagens multicamadas também dificilmente são recicladas em grande escala. >
Por isso, repensar a geração de lixo também é fundamental. Levar sacolas reutilizáveis ao mercado, usar garrafas duráveis e dar preferência a embalagens retornáveis são atitudes simples com grande impacto. >
No Brasil, uma família de quatro pessoas gera mais de 1,5 tonelada de resíduos por ano. Ao adotar a separação correta, essa mesma família pode desviar centenas de quilos de materiais recicláveis dos aterros. Isso, por si só, já significa economizar recursos naturais, reduzir a poluição e, fundamentalmente, gerar renda para os profissionais das cooperativas de reciclagem. >
Além disso, uma família que faz reciclagem emite menos gases de efeito estufa e por consequência mitiga ações que impactam as mudanças climáticas. >
Por Natalia Gómez >