Advogada e policial militar são presos após vídeo de extorsão em Goiás; assista

Gravações mostram chantagem, tortura e cobrança ilegal de dívidas com preces sobre maços de dinheiro.

Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 08:39

Advogada e policial militar são presos após vídeo de extorsão em Goiás; assista
Advogada e policial militar são presos após vídeo de extorsão em Goiás; assista Crédito: Reprodução/Redes sociais

Um vídeo chocante obtido pela polícia revela como agia uma quadrilha que misturava fé e violência para cobrar dívidas em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Na gravação, a advogada Tatiane Meireles e o sargento da Polícia Militar de Goiás Hebert Póvoa aparecem realizando uma “oração da extorsão” sobre cédulas obtidas por meio de ameaças, gesto que simbolizava a pretensa “benção” sobre o dinheiro sujo. A cena expôs a frieza e a estrutura do grupo e levou à prisão preventiva de seis pessoas nesta sexta-feira (28).

As investigações apontam que o grupo, que incluía policiais, advogada e civis, operava um esquema robusto de agiotagem, extorsão, tortura e lavagem de dinheiro. Durante mandados de busca e apreensão, a polícia confiscou armas, objetos utilizados para agressões e cerca de R$ 10 mil em espécie, parte desse valor estava no vídeo da prece.

Os crimes eram cometidos com extrema violência. Em diferentes registros, vítimas eram humilhadas, agredidas com tacos e cassetetes, mantidas de joelhos e submetidas a ameaças explícitas. Uma das filmagens mostra o sargento disparando insultos e violência física contra uma mulher que havia feito um empréstimo com o grupo. Apesar da gravidade das cenas, Tatiane e Póvoa chegaram a justificar o esquema como algo “abençoado”.

As detenções são fruto de uma operação da Polícia Civil de Goiás, que agiu a partir de denúncias internas da corporação. Entre os presos estão também dois outros policiais e dois civis. A força-tarefa mira desmontar o que classificou como uma verdadeira organização criminosa, com ramificações variadas, de cobrança ilegal a crimes graves.

Com a prisão dos integrantes, as autoridades pretendem atravessar o enredo de impunidade que unia violência, fraude e conivência institucional, reforçando o combate à herança tóxica de chantagens que se disfarçam de “fé”.