Publicado em 3 de setembro de 2025 às 13:01
O advogado José Luís Mendes de Oliveira Lima, que representa o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto, prestou solidariedade ao Supremo Tribunal Federal pelos ataques de bolsonaristas à Suprema Corte e disse que as divergências que apresentará em sua manifestação oral não significam apoio a esses ataques.>
A declaração de Lima vai no sentido de desassociar a defesa de Braga Netto dos apoiadores mais radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro.>
"Em toda oportunidade que tiver como advogado e cidadão, vou prestar solidariedade ao STF e aos seus integrantes que esta Corte vem recebendo. Não tenho a menor dúvida de que a grandeza desta Corte e de vossas excelências já superou estes ataques", disse, logo no início de sua fala.>
Lima lembrou do mensalão e disse que havia uma cobertura "frenética", mas "em momento algum essa Corte sofreu os ataques recentes". "Acho inadmissível, como advogado, não tenho como ficar quieto", afirmou.>
Dirigindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso e principal alvo de ataques de bolsonaristas, afirmou: "O fato de divergir de decisões de vossa excelência não quer dizer, em momento algum, que eu acolho os ataques que foram feitos à vossa excelência. Vossa excelência tem passado, presente e futuro".>
O advogado disse que seu cliente "é inocente". "Quem diz isso? Não é este advogado, são os autos, as provas produzidas, as testemunhas e os inúmeros documentos juntados nesse processo", declarou.>
Afirmou, ainda, que o general tem "40 anos de serviços prestados, sem qualquer mácula" e que sua condenação, nos termos propostos pela Procuradoria-Geral da República, pode significar que ele ficará preso pelo resto de sua vida.>
"Nesta data, no momento em que estou aqui, emoção aumenta porque estou defendendo um homem de 40 anos de serviços prestados, sem qualquer mácula em sua carreira, e se a denúncia for aceita da forma como foi proposta pelo Ministério Público, este homem, que tem 69 anos, passará o resto da sua vida no cárcere", declarou.>
Conteúdo Estadão>