Ana Maria Gonçalves assume cadeira na Academia Brasileira de Letras

Em 128 anos de exigência, essa é a primeira vez que uma mulher negra assume a cadeira na ABL

Publicado em 10 de novembro de 2025 às 09:50

A escritora Ana Maria Gonçalves tomou posse da cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL)
A escritora Ana Maria Gonçalves tomou posse da cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL) Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A escritora Ana Maria Gonçalves tomou posse da cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na última sexta-feira (7). Esse é um marco inédito em 128 anos de existência da instituição, que é referência em língua e literatura no país. Ana Maria sucede o linguista Evanildo Bechara, que morreu em maio deste ano.

A escritora foi a primeira mulher negra a ocupar esta posição dentro da ABL, durante uma cerimônia realizada no Petit Trianon, na sede da ABL, no Centro do Rio de Janeiro.

A autora de "Um defeito de cor", que foi enredo da Escola de Samba Portela em 2024, é a acadêmica mais nova já eleita, com 55 anos, e também a 13ª mulher a entrar para a ABL, por 30 dos 31 votos possíveis. A mineira de Ibiá fez da escrita uma forma de resistência e se tornou referência da literatura afro-brasileira, sua obra foi vencedora do Prêmio Casa de las Américas, em Cuba (2007).

O livro "Um defeito de cor" tem 952 páginas, foram necessários cinco anos para ser finalizado, precisou de dois anos de pesquisa, um de escrita e dois de reescrita. A obra é considerada uma das obras mais importantes para compreender a formação do Brasil. A narrativa acompanha Kehinde, mulher negra sequestrada no Reino do Daomé e escravizada na Bahia, inspirada em Luiza Mahin, mãe do abolicionista Luiz Gama.

Durante a posse, a escritora Ana Maria recebeu o colar de Ana Maria Machado e o diploma das mãos de Gilberto Gil. A comissão de entrada foi formada por Rosiska Darcy de Oliveira, Fernanda Montenegro e Miriam Leitão. Na plateia, a autora recebeu o apoio da família.

Com informações de CNN e G1