Azul vai reduzir a frota em 35%, após pedido de recuperação judicial

A decisão, segundo a empresa, visa garantir a sustentabilidade das operações e preservar o máximo de empregos possível durante o processo.

Publicado em 28 de maio de 2025 às 13:49

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Reprodução Crédito: Agência Brasil 

A companhia aérea Azul Linhas Aéreas anunciou que irá reduzir sua frota em até 35% como parte do plano de reestruturação financeira apresentado após o pedido recente de recuperação judicial. A decisão, segundo a empresa, visa garantir a sustentabilidade das operações e preservar o máximo de empregos possível durante o processo. O anúncio foi feito na terça-feira (27). 

O pedido de recuperação judicial foi protocolado no início desta semana, após a companhia acumular dívidas superiores a R$ 10 bilhões. A Azul alega que foi severamente impactada pelos efeitos prolongados da pandemia, alta do dólar, aumento nos custos operacionais e dificuldade de acesso a crédito em condições favoráveis.

Mudança na malha aérea

A redução da frota implicará na devolução de aeronaves e na reavaliação da malha aérea. Rotas menos rentáveis ou com baixa ocupação serão suspensas ou consolidadas. A empresa afirma, no entanto, que pretende manter as principais rotas estratégicas, especialmente aquelas que atendem cidades menores com pouca concorrência.

Impactos no setor e nos passageiros

Especialistas apontam que a decisão pode provocar um efeito dominó no setor aéreo brasileiro, com impacto direto na concorrência e na disponibilidade de voos regionais. A possível escassez de oferta em determinados trechos pode levar à alta nos preços das passagens.

Para os passageiros com voos já marcados, a Azul informou que continuará honrando os bilhetes vendidos e oferecerá alternativas em caso de cancelamentos, incluindo reembolso ou reacomodação em outros voos.

Recuperação e futuro da Azul

O plano de recuperação judicial ainda será avaliado pela Justiça e pelos credores. A empresa acredita que, com a reestruturação, será possível estabilizar as finanças nos próximos 18 a 24 meses. A Azul também buscará renegociar contratos com arrendadores, fornecedores e instituições financeiras.

A situação da Azul acende um alerta para o setor aéreo brasileiro, que ainda enfrenta os resquícios da crise sanitária e um cenário macroeconômico instável. O desempenho da empresa nos próximos meses será acompanhado de perto por investidores, consumidores e autoridades do setor.