Publicado em 17 de agosto de 2024 às 11:05
Considerado o maior apresentador da TV brasileira, Silvio Santos, morreu na madrugada deste sábado, 17, em São Paulo. Ao longo dos últimos 60 anos, Silvio esteve no ar com passagens pelas principais emissoras, incluindo a rede Globo, até criar sua própria rede: o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). A trajetória do dono do Baú é repleta de momentos admirantes. Silvio já foi camelô, já tentou ser candidato à presidente do Brasil, foi dono do banco Panamericano e dono do SBT.
Nome real, carioca e comunicador
A trajetória de Senor Abravanel, nome real do apresentador, daria uma série de televisão. Ou melhor, deu um seriado (O Rei da TV) e um filme, que será lançado em 5 de setembro.
Filho do casal Alberto Abravanel e Rebeca Caro, Senor Abravanel nasceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1930. Desde cedo se envolveu nos negócios para ajudar a família. Um dos capítulos mais conhecidos de sua vida foi na juventude, quando trabalhou como camelô nas ruas da capital carioca, vendendo capas para Títulos de Eleitor.
O nome artístico 'Silvio Santos' surgiu quando a carreira no rádio e televisão virou uma opção para o vendedor aumentar seus lucros. Assim, Silvio, após parceria com Manoel da Nóbrega, estreou nas telinhas em 1962, no programa Vamos Brincar de Forca, na TV Paulista. No ano seguinte, estreou o Programa Silvio Santos, que, desde 1963, está no ar no país.
Indo além, um grande empresário
Mas além de um grande comunicador, Silvio Santos foi um empresário muito falado e reconhecido. Entre as empresas que comandava, estão a emissora de televisão SBT e a empresa de cosméticos Jequiti. Ele também já foi dono do banco Panamericano, comprado pelo BTG Pactual no início dessa década.
Em 1958, comprou o Baú da Felicidade, do radialista Manoel de Nóbrega. Na empresa, o cliente pagava carnês mensais e, em dezembro, recebia uma caixa de brinquedos. Era o início do que seria o Grupo Silvio Santos.
Ele manteve o sistema de carnês do Baú, mas expandiu o negócio: criou lojas próprias onde o cliente podia trocar o valor pago por, além dos brinquedos, eletrodomésticos.
A primeira aparição como apresentador de TV veio em 1961, na TV Paulista. À frente do game “Vamos Brincar de Forca”, ele aproveitava o espaço para divulgar o Baú da Felicidade.
O sucesso fez com que expandisse ainda mais o leque de produtos ofertados ao consumidor – carros e casas entraram no catálogo do Baú. Para dar conta de tudo, comprou alguns empreendimentos, como concessionária e construtora.
Na política
Poucos sabem, pelo menos os mais novos, mas Silvio Santos já foi pré-candidato à presidência da República, em 1989, na primeira eleição direta do Brasil desde o golpe militar de 1964. Embora a candidatura tenha sido impedida pelo TSE, Silvio era líder nas pesquisas.
Silvio chegou a negar possíveis envolvimentos com a política, mas, em 1988, se candidatou à Prefeitura de São Paulo. O apresentador chegou a figurar em primeiro lugar em uma pesquisa eleitoral, mas Luiza Erundina (PSOL) foi eleita para o cargo.
A candidatura do apresentador acabou sendo anulada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a alegação de que o PMB não estava regularizado. Silvio, como dirigente de uma rede de televisão com alcance nacional, foi considerado inelegível, tendo a candidatura invalidada.
Em 1992, ele tentou disputar pela Prefeitura de São Paulo novamente, mas também teve a candidatura invalidada. Posteriormente, o apresentador chegou a receber convites para se candidatar novamente, mas acabou cumprindo o que relatou em conversa com Marcondes Gadelha, que seria seu vice em 1989, e escreveu o livro "Sonho Sequestrado" sobre a candidatura falha: "Política nunca mais".
Com informações do Metrópoles e Suno