Cármen Lúcia cita Emicida e escritora feminista em voto sobre racismo; assista

Em intervenção marcada por referências culturais, ela citou versos de Emicida e da escritora Carolina Maria de Jesus para reforçar que o Brasil ainda enfrenta um racismo estrutural não superado.

Publicado em 28 de novembro de 2025 às 19:05

Em intervenção marcada por referências culturais, ela citou versos de Emicida e da escritora Carolina Maria de Jesus para reforçar que o Brasil ainda enfrenta um racismo estrutural não superado.
Em intervenção marcada por referências culturais, ela citou versos de Emicida e da escritora Carolina Maria de Jesus para reforçar que o Brasil ainda enfrenta um racismo estrutural não superado. Crédito: STF/Divulgação

A ministra Cármen Lúcia apresentou, nesta quinta-feira (27), seu voto no julgamento do Supremo Tribunal Federal que discute a omissão do Estado na garantia de direitos da população negra. Em intervenção marcada por referências culturais, ela citou versos de Emicida e da escritora Carolina Maria de Jesus para reforçar que o Brasil ainda enfrenta um racismo estrutural não superado.

Ao mencionar o rapper, destacou o verso “a felicidade do branco é plena; a felicidade do preto é quase” para ilustrar desigualdades persistentes, e lembrou que “80 tiros me lembram que há a pele alva e a pele alvo”, apontando a violência contra pessoas negras como “tragédia brasileira”.

Cármen também citou Carolina Maria de Jesus para denunciar a exclusão social histórica: “Procurei trabalho e sempre fui preterida”. Para a ministra, o País vive um “estado de coisas inconstitucional”, pois as políticas públicas adotadas não foram suficientes para garantir igualdade racial.

"Emicida escreveu que, para eles negros, até para sonhar tem trave, a felicidade do branco é plena, a felicidade para o preto é quase", citou a ministra, complementando: "eu não espero viver em um país em que a Constituição para o branco seja plena e para o negro seja quase. Eu quero uma Constituição que seja plena igualmente para todas as pessoas."

O julgamento já tem maioria de oito votos reconhecendo a violação sistêmica de direitos da população negra. A análise será retomada em data ainda a ser definida.

Com informações do UOL