Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 16:04
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que proíbe pessoas condenadas pela Justiça de receberem qualquer valor com obras que tenham relação direta com os crimes cometidos. A proposta busca impedir que criminosos lucrem com livros, filmes, séries, entrevistas ou qualquer outro conteúdo que explore seus delitos.>
Como a matéria tramitou em caráter conclusivo, ela não precisa passar pelo plenário da Câmara e deve seguir agora para o Senado, a menos que haja recurso para votação pelos deputados.>
O texto aprovado é um substitutivo apresentado pela relatora, deputada Bia Kicis (PL), ao projeto de lei do deputado Altineu Côrtes (PL). A proposta original previa mudanças no Código Penal, mas a relatora optou por incluir a proibição na Lei de Direitos Autorais. Segundo ela, a medida trata de limitar a exploração econômica de obras intelectuais ligadas ao crime, e não apenas de aplicar uma punição penal.>
De acordo com a deputada Bia Kicis, o objetivo é preservar a moralidade pública e evitar que crimes sejam transformados em fonte de renda. Para ela, é necessário fortalecer a legislação para impedir que a notoriedade de atos criminosos gere lucro para quem os cometeu.>
O projeto também garante às vítimas ou a seus herdeiros o direito de pedir na Justiça, por meio de ação cível, a totalidade dos valores recebidos pelos condenados com essas obras, além de indenização por danos morais. Essa cobrança poderá ocorrer mesmo que outras reparações já tenham sido pagas.>
Na justificativa do texto original, o autor citou os filmes sobre o caso Richthofen como exemplo de produções que levantaram o debate sobre a possibilidade de condenados se beneficiarem financeiramente da repercussão de crimes de grande impacto. A proposta busca justamente impedir que histórias marcadas por violência se tornem um negócio lucrativo para os infratores.>