Ciro Nogueira responde Malafaia após ser chamado de ‘traidor’: ‘eu não me meto na sua igreja’

Presidente do PP afirma que não há votos suficientes para aprovar impedimento de ministro do STF e diz que “na democracia não é a vontade de um, mas da maioria”.

Publicado em 8 de agosto de 2025 às 07:49

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Reprodução Crédito: Agência Senado

O senador e presidente do Progressistas (PP), Ciro Nogueira (PI), respondeu na última quarta-feira, 6, às críticas do pastor Silas Malafaia, que o chamou de “traidor” por se recusar a assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eu não me meto na sua igreja e, se o senhor quiser ser senador e se candidatar e liderar o movimento político que quiser, será muito bem-vindo. Aí então verá que, diferentemente da sua igreja, na democracia não é a vontade de um, mas da maioria”, escreveu Nogueira em sua conta no X (antigo Twitter).

Ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), o senador se definiu como “pragmático” e afirmou que o impedimento de Moraes não teria sucesso. “Nós não temos 54 senadores para aprovar”, disse em entrevista a um portal de notícias. 

A resposta não encerrou o embate. Malafaia voltou a atacá-lo, acusando-o de “preconceito contra um pastor” e de ser apoiador de uma “ditadura de toga”. O religioso também defendeu seu direito de cobrar políticos: “A liberdade para falar de política é fundamento do Estado Democrático de Direito. Você é daqueles coronéis do Nordeste que não suporta a crítica e o contraditório”.

O movimento pelo impeachment de Moraes, liderado por parlamentares da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ganhou força após Jair Bolsonaro ser colocado em prisão domiciliar. O grupo chegou a ocupar a mesa da Câmara e do Senado e recolheu assinaturas para instaurar o processo.

Apesar da pressão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou nesta quinta-feira, 7, que não pautará o impedimento do ministro. “Nem se tiver 81 assinaturas”, declarou.

Segundo o regimento, o processo de impeachment de um ministro do STF precisa ser votado no plenário do Senado, com maioria simples — 41 votos dos 81 senadores — para avançar. Caso contrário, o pedido é arquivado.