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Publicado em 8 de agosto de 2025 às 09:26
A prefeita de Marituba, Patrícia Alencar, decidiu tornar pública uma parte dolorosa de sua vida na última quinta-feira (07). Em uma carta lida nas redes sociais, ela revelou ter sido vítima de violência doméstica por 18 anos, expondo agressões, humilhações e o controle abusivo que sofreu.
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A gestora, que ganhou repercussão nacional no início do ano após um vídeo de biquíni circular nas redes sociais, disse que escolheu a data para mostrar que, mesmo mulheres em posição de liderança, podem ser vítimas e que romper o silêncio é um passo fundamental.>
O relato começa descrevendo um namoro de infância que parecia “lindo e mágico” no início, mas que rapidamente se transformou em um cenário de ciúme doentio, restrições e manipulação emocional. “A roupa deixou de ser escolha minha, a amizade passou a ser ameaça”, disse.>
Segundo Patrícia, o parceiro controlava seu celular, proibia trabalhos acadêmicos com homens e chegou a agredi-la fisicamente ao descobrir que ela estudava com um amigo homossexual. “Foi quando levei meu primeiro soco e ele cortou meu cabelo com uma faca. Perdoei. Ele chorou, pediu perdão, e acreditei que nunca mais se repetiria.”>
Ao longo dos anos, a violência aumentou. Já casada e com filhos, passou a sofrer agressões na frente de colegas de trabalho, puxões de cabelo e tapas que deixaram marcas físicas e emocionais. “Já dormi em hotel para meus filhos não me verem. Mesmo sendo defensora das mulheres, vivia tudo isso. Comecei a duvidar dos meus valores.”>
Patrícia afirmou que demorou quase duas décadas para encontrar forças para contar sua história. “Essa carta é minha. Passei 18 anos para ter coragem de falar tudo o que passei. A cada 30 segundos, uma mulher é vítima de violência doméstica. Essa é uma luta que não vou parar e vou defender.”>
A Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, é considerada um marco na proteção e no combate à violência doméstica no Brasil, prevendo medidas protetivas, punições mais severas e ações de prevenção.>