Confira o resumo do 1º dia de julgamento de Bolsonaro

Sem a presença do ex-presidente, o STF inicia o julgamento sobre os atos de 8 de janeiro

Publicado em 2 de setembro de 2025 às 19:04

Julgamento será retomado na manhã desta quarta-feira (3)
Julgamento será retomado na manhã desta quarta-feira (3) Crédito: Fábio Pozzebon / Ag. Brasil

O assunto do dia desta terça-feira (2) foi o início do julgamento sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. No banco dos réus, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete pessoas envolvidas, sob investigação do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

Por primeiro, o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, informou pressão interna e externa sobre o assunto, mas que a justiça não irá recuar. Moraes informou que o papel do Supremo é julgar com independência e imparcialidade.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, listou provas da trama golpista e pediu a condenação total de todo o núcleo, inclusive do ex-presidente.

Em um dos momentos, a defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, confirmou a delação premiada e negou que Cid havia sofrido pressão, porém os advogados dos outros denunciados contestaram as acusações.

ATAQUES

Sem citar nomes, Moraes criticou forças externas que afetam diretamente o Brasil e os brasileiros. A declaração vem como uma resposta contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA, envolvido em uma série de medidas contra o país através do presidente norte-americano, Donald Trump.

“Uma verdadeira organização criminosa que, de forma jamais vista anteriormente em nosso país, passou a agir de maneira covarde e traiçoeira com a finalidade de submeter o funcionamento da Corte ao crivo de outro Estado estrangeiro.”

BENEFÍCIO PRÓPRIO

Paulo Gonet usou em sua tese que Bolsonaro não seria apenas o maior beneficiário da trama golpista, mas também o líder de uma organização criminosa que tentou tumultuar a democracia.

“Não é preciso um esforço intelectual extraordinário para reconhecer que, quando o presidente da República e depois o ministro da Defesa convocam a cúpula militar para apresentar documento de formalização de golpe de Estado, o processo criminoso já está em curso.”

DEFESAS

As defesas de Mauro Cid e Alexandre Ramagem começaram a defender os seus clientes no julgamento. Jair Ferreira, advogado de Cid, informou que não tinha conhecimento dos planos e pediu baixa do Exército por não ter condições de continuar, por conta de saúde

Já Paulo Cintra, advogado de Alexandre Ramagem, informou que o réu não fazia mais parte do Governo Federal na época em que o MP cita sua atuação na suposta trama golpista.

MAIS

O julgamento teve as defesas do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e do ex-ministro da Justiça, Alexandre Torres. O primeiro pediu anulação da delação de Mauro Cid, enquanto que o segundo informou que o documento conhecido como “minuta do golpe” já circulava nas redes sociais antes de ser encontrado no imóvel.

A ministra Carmen Lúcia corrigiu o advogado de Ramagem sobre a votação por meio da urna eletrônica. O sistema eleitoral brasileiro foi alvo de fake news antes e depois das eleições de 2022.

O recomeço dos trabalhos está previsto para às 9h da manhã desta quarta-feira (3), em Brasília (DF).