Defesa pede internação de Bolsonaro no dia 24 e cirurgia no Natal

Pedido foi enviado ao STF e prevê procedimento para correção de duas hérnias inguinais em Brasília

Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 13:44

Pedido foi enviado ao STF e prevê procedimento para correção de duas hérnias inguinais em Brasília
Pedido foi enviado ao STF e prevê procedimento para correção de duas hérnias inguinais em Brasília Crédito: Reprodução

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes autorização para que ele seja internado no dia 24 de dezembro e passe por cirurgia no dia 25, feriado de Natal. O procedimento está previsto para ocorrer no hospital DF Star, em Brasília, e tem como objetivo a correção de duas hérnias inguinais diagnosticadas recentemente.

O pedido foi formalizado com a apresentação de um calendário médico ao STF. Caso haja autorização, Bolsonaro será internado na véspera de Natal e submetido à cirurgia no dia seguinte, conforme recomendação da equipe médica responsável pelo acompanhamento do ex-presidente.

Em decisão anterior, Alexandre de Moraes autorizou a realização da cirurgia, desde que previamente agendada, após análise de laudos da Polícia Federal. O ministro destacou que o procedimento não tem caráter de urgência, mas reconheceu a necessidade da intervenção em caráter eletivo. Na mesma decisão, Moraes negou o pedido da defesa para conversão da pena em prisão domiciliar, afirmando que a legislação prevê esse benefício apenas para condenados em regime aberto.

A solicitação para o procedimento cirúrgico teve início no dia 15 de dezembro, após exames de ultrassonografia realizados no dia anterior apontarem a presença de duas hérnias inguinais. Segundo os médicos, a cirurgia é a única forma de tratamento definitivo para o quadro. Moraes determinou o envio dos exames para análise da Polícia Federal e solicitou a realização de perícia médica, feita no dia 17. Dois dias depois, com base nos laudos, o ministro autorizou a cirurgia.

Apesar de não se tratar de uma emergência, os peritos da Polícia Federal recomendaram que o procedimento seja realizado o quanto antes, diante da piora progressiva do quadro e do risco de complicações caso haja agravamento da condição clínica.

Bolsonaro está preso desde 22 de novembro, após danificar a tornozeleira eletrônica que utilizava. No dia 25, ele iniciou o cumprimento da pena de 27 anos e três meses de prisão no processo relacionado à trama golpista.

A perícia médica do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal concluiu que o ex-presidente apresenta hérnia inguinal bilateral, condição que afeta ambos os lados da região da virilha. O problema ocorre quando parte do intestino ou outro tecido interno se projeta por uma área enfraquecida da musculatura abdominal, causando inchaço, dor e desconforto.

Exames realizados em agosto de 2025 não indicavam a presença de hérnias. Em novembro, médicos identificaram clinicamente o problema em apenas um dos lados. Em dezembro, exames de imagem confirmaram o agravamento do quadro, com comprometimento bilateral da região inguinal.

Segundo os peritos, a evolução da condição pode estar associada ao aumento da pressão abdominal, provocado por episódios de soluços persistentes e tosse crônica relatados por Bolsonaro. Também foram registrados desconforto na virilha, dificuldades para dormir e alterações na alimentação. Apesar dos sintomas, o laudo aponta que, até o momento, não houve complicações graves.