Publicado em 6 de outubro de 2025 às 09:44
O trágico episódio que culminou na morte de Francisco Rariel Dantas da Silva, 32 anos, no município de Baraúna (Agreste de Paraíba), abriu caminho para uma investigação que já localizou a distribuidora suspeita de comercializar a bebida adulterada com metanol. A constatação ocorreu durante ação integrada da Polícia Civil e da Agevisa no sábado (04).
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Rariel foi levado ao Hospital de Trauma de Campina Grande, mas sofreu múltiplas paradas cardíacas e não resistiu. A suspeita de intoxicação por metanol acendeu o alerta das autoridades, que passaram a buscar a origem da bebida ingerida.>
Depósito com indícios de adulteração>
Nas diligências, foram inspecionados comércios em Baraúna até que os agentes localizassem um depósito em condições extremamente insalubres. No local, encontraram mais de mil garrafas vazias e centenas de vasilhames contendo bebidas alcoólicas de marcas diversas, muitos sem controle adequado.>
As evidências sugerem que aquele depósito funcionava como ponto de distribuição para estabelecimentos como o mercadinho em que Rariel teria adquirido a bebida. As irregularidades no ambiente levantam suspeitas de manipulação clandestina e adulteração dos produtos. Amostras foram recolhidas pela Agevisa e enviadas ao Instituto de Polícia Científica (IPC) para exames periciais que confirmem a presença de metanol no líquido consumido.>
Inquérito, testemunhas e coletiva marcada>
O caso já ensejou a abertura de Inquérito Policial, e novas testemunhas devem ser ouvidas a partir de segunda-feira (06). A investigação buscará identificar todas as pessoas envolvidas na cadeia de comercialização, desde fabricantes clandestinos até distribuidores e vendedores.>
Também na segunda-feira, a Secretaria de Estado da Saúde (SES/PB) fará uma coletiva de imprensa às 14h30, em João Pessoa, para apresentar as iniciativas do Grupo de Trabalho Interdisciplinar formado para lidar com a crise: vigilância sanitária, investigação, fiscalização e atenção às vítimas estarão entre as frentes de atuação. Estarão representados órgãos como Agevisa, Polícia Civil, IPC, Ministério da Agricultura, Procon e CIATOX-JP.>
Desde o início da semana, a SES já havia reforçado a obrigatoriedade de notificação de casos suspeitos em toda rede hospitalar do estado. Profissionais de saúde estão sendo capacitados a identificar sintomas associados à intoxicação por metanol, entre eles náuseas, vômitos, dor abdominal, alterações visuais e desorientação, e agir com rapidez frente a sinais clínicos compatíveis.>