'Doca' permanece foragido um mês após megaoperação mais letal da história do Brasil

Apesar da prisão de mais de cem suspeitos e do saldo de 117 mortos, caça a um dos chefes do Comando Vermelho segue intensa.

Publicado em 28 de novembro de 2025 às 08:20

'Doca' permanece foragido um mês após megaoperação mais letal da história do Brasil
'Doca' permanece foragido um mês após megaoperação mais letal da história do Brasil Crédito: Reprodução

Passou um mês desde que os complexos da Penha e do Alemão foram palco da operação mais mortífera já registrada no país, e o principal alvo segue foragido. O criminoso conhecido como “Doca”, apontado como alto líder da facção Comando Vermelho (CV), continua sendo procurado, enquanto as polícias do Rio mantém mobilização reforçada em busca de sua captura.

A operação, deflagrada em 28 de outubro, resultou em 117 mortes, incluiu a morte de cinco agentes de segurança, levou à prisão de 113 pessoas, apreensão de 118 armas, toneladas de drogas e dezenas de explosivos, mas não conseguiu deter o homem considerado o chefe do esquema.

O nome real de “Doca” é Edgar Alves Andrade, 55 anos, natural de Caiçara (PB). Segundo investigações, ele chegou ao Rio na década de 1990 e ascendia no submundo do crime desde então, comandando, por meios violentos, o tráfico e a capilaridade criminosa em comunidades como a Penha. Contra ele pesam 269 anotações criminais, por tráfico, homicídios, roubo, extorsão, corrupção de menores e organização criminosa, além de 26 mandados de prisão em aberto.

As autoridades ressaltam que Doca teria retomado o controle do tráfico no Complexo da Penha depois da queda de lideranças anteriores, tornando-se figura de destaque na hierarquia da facção, diretamente abaixo de um dos maiores chefões do país.

Recompensa histórica e esforço de informações

Para capturá-lo, o estado recorreu a uma medida sem precedentes: o serviço de denúncias do Rio de Janeiro, conhecido como Disque Denúncia, ofereceu R$ 100 mil, o maior valor já ofertado por informações que levem à prisão de um procurado. Desde o dia da operação, o canal afirma ter recebido 149 notificações que citam Doca, via telefone ou WhatsApp anônimo.

Bairros do Rio continuam sob vigilância reforçada, com patrulhas e ação das forças de segurança. O contexto de instabilidade, no entanto, segue alto: com histórico de violência extrema, histórico de crimes graves e ampla rede de aliados, a caça ao criminoso não tem prazo para terminar, mas a população respira com apreensão.