Publicado em 28 de novembro de 2025 às 08:50
Uma ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, deflagrada na manhã desta sexta-feira (28), expôs como a venda de botijões de gás se tornou mais uma frente de exploração econômica do Comando Vermelho (CV) no Complexo do Lins, na zona Norte da capital. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, os agentes localizaram 700 botijões em um depósito apontado como peça-chave do esquema.>
As investigações da 26ª DP (Todos os Santos) apontam que o grupo criminoso interferia diretamente no serviço regular de gás encanado. Técnicos enviados para restabelecer o fornecimento relataram terem sido ameaçados ao tentar acessar a região, o que forçou milhares de moradores a depender exclusivamente da compra de botijões.>
A situação criou um monopólio controlado pela facção: enquanto bairros próximos pagavam cerca de R$ 100 pelo botijão, no Lins o valor chegava a R$ 300. Distribuidoras também afirmaram que evitavam fazer entregas na comunidade por medo de represálias, reforçando a atuação clandestina do depósito que funcionava com aparente liberdade.>
Base para outras atividades ilegais>
De acordo com a polícia, o local não operava apenas o comércio irregular de gás. O ponto servia como suporte para outras ações da facção, incluindo esconderijo e clonagem de veículos roubados, transbordo de cargas furtadas e movimentação ligada ao comércio de drogas. Parte do lucro obtido com a venda dos botijões era repassada para integrantes da organização criminosa.>
A operação foi conduzida pela 26ª DP com apoio da 25ª DP (Engenho Novo) e da Core, dentro da estratégia estadual batizada de Operação Contenção, que mira diretamente o enfraquecimento financeiro e logístico de facções.>
Balanço mais amplo da Operação Contenção>
O governo fluminense afirma que, desde o início das ações integradas, já foram registradas mais de 250 prisões, além de 136 suspeitos mortos em confrontos. As forças de segurança também apreenderam aproximadamente 460 armas, sendo 189 fuzis, e mais de 50 mil munições.>
As investigações continuam para identificar todos os responsáveis pelo esquema de abastecimento clandestino e apurar a cadeia de repasses financeiros que abastecia o crime organizado na região.>