Edson Fachin sucede Barroso e assume presidência do STF com Alexandre de Moraes como vice

Indicado por Dilma Rousseff em 2015, ministro é visto como sereno e avesso a holofotes.

Publicado em 29 de setembro de 2025 às 07:56

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin Crédito: Fábio Rodrigues - Agência Brasil

Conhecido pela postura discreta e pelo estilo sereno, o ministro Edson Fachin assume, nesta segunda-feira (29), a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). A cerimônia de posse está marcada para as 16h, em Brasília, e marca também o início de sua gestão à frente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro Alexandre de Moraes será o vice-presidente da Corte no biênio 2025-2027.

A escolha de Fachin e Moraes foi definida em agosto, quando ambos foram eleitos pelos colegas de tribunal. A dupla já esteve lado a lado no comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2022, período em que o novo presidente do STF liderou esforços para reforçar a confiança no sistema eletrônico de votação, em meio à pressão pelo voto impresso defendido pelo então presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Na Justiça Eleitoral, Fachin também se destacou pela atuação contra a desinformação digital e ataques institucionais à Corte, declarando-se contrário ao que chamou de “populismo autoritário”. Essas posições ajudaram a consolidar sua imagem como magistrado comprometido com a proteção das instituições democráticas.

Integrante do Supremo desde 2015, indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Fachin sucede Luís Roberto Barroso, que deixa o cargo após dois anos de mandato marcado por intensa exposição pública e linguagem acessível, em contraste com o perfil mais reservado de seu sucessor.

Apesar de evitar os holofotes, Fachin é visto como um ministro de formação técnica sólida e de dedicação às pautas jurídicas, características que agora estarão à prova no comando da mais alta Corte do país. O desafio será equilibrar a discrição pessoal com a visibilidade exigida pela presidência do STF em um momento de tensão política e social no Brasil.