Publicado em 21 de abril de 2025 às 10:32
O Brasil teve a honra de receber o Papa Francisco na primeira viagem de sua trajetória como o líder mundial da Igreja Católica Apostólica Romana. Em 2013, o Papa Francisco esteve no Rio de Janeiro para sua 1ª viagem apostólica, para participar da 28ª Jornada Mundial da Juventude, no dia 28 de julho, quando 3,7 milhões de pessoas assistiram à sua homilia na Praia de Copacabana. O Santo Padre morreu no Vaticano, em Roma, nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, no 12º ano à frente da Igreja Católica.>
Francisco chegou ao Rio de Janeiro em 22 de julho de 2013, sendo recebido na Base Aérea do Galeão pela então presidente, Dilma Rousseff; o governador Sérgio Cabral; e o prefeito Eduardo Paes. Ao chegar na cidade, o Pontífice enfrentou uma recepção inesperada: falhas no isolamento de algumas vias, como a Avenida Presidente Vargas, permitiram que centenas de pessoas se aproximassem do Papamóvel, atrasando o comboio. Estima-se que cerca de 200 mil fiéis acompanharam o cortejo.>
Francisco descansou no dia seguinte e, em 24 de julho, seguiu de helicóptero até Aparecida (SP), onde foi recebido por cerca de 200 mil fiéis e uma chuva persistente. Nas poucas horas em que permaneceu na cidade, celebrou uma missa na Basílica para cerca de 15 mil convidados. Após a celebração, saudou aqueles que não conseguiram entrar, pedindo desculpas “por não falar brasileiro”.>
A JMJ começou em 25 de julho. Antes de chegar a Copacabana, o Santo Padre realizou uma visita ao Hospital São Francisco de Assis na Providência de Deus, na Tijuca, Zona Norte da Cidade. No local, o papa recordou a missão de São Francisco de Assis:>
“Quis Deus que meus passos, depois do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, se dirigissem para um particular santuário do sofrimento humano, que é o Hospital São Francisco de Assis. É bem conhecida a conversão do Santo Patrono de vocês: o jovem Francisco abandona riquezas e comodidades para fazer-se pobre no meio dos pobres, entende que não são as coisas, o ter, os ídolos do mundo a verdadeira riqueza e que estes não dão a verdadeira alegria, mas sim seguir a Cristo e servir aos demais; mas talvez seja menos conhecido o momento em que tudo isto se tornou concreto na sua vida: foi quando abraçou um leproso”, disse.>
Na visita à comunidade de Varginha, em Manguinhos, no dia 26 de julho, Francisco entrou na casa de alguns moradores e falou sobre corrupção e fé em discursos aos peregrinos. O papa destacou ainda a acolhida desde que chegou a terras brasileiras: “Me sinto acolhido. E é importante saber acolher; é algo mais bonito que qualquer enfeite ou decoração”. Francisco também ouviu confissões de jovens e almoçou com jovens detentos, na Quinta da Boa Vista, Zona Norte.>
No dia 27 de julho, aconteceu a Via Sacra, em Copacabana, abrigando peregrinos que fizeram vigília. Eles dormiram em sacos de dormir na areia e em calçadas, ou em barracas, tomando conta do bairro. O local tornou-se de última hora cenário da missa de despedida do pontífice, depois que uma estrutura montada em Guaratiba, Zona Oeste do Rio, especialmente para receber a vigília, virou um lamaçal após fortes chuvas. A faixa de areia foi tomada por bandeiras que substituíram o tradicional guarda-sol.>
O ápice daquela visita ao Brasil foi no domingo, dia 28. A multidão acompanhava as celebrações na orla e em vários pontos de Copacabana, inclusive nos bares que passaram a transmitir a missa. Antes de subir ao palco, o pontífice percorreu 3 km da Avenida Atlântica no papamóvel. Fiéis o seguiram, tentaram entregar presentes e receber a bênção. Alguns corriam, outros arriscaram subir em árvores, e os moradores mais privilegiados o observavam de suas janelas ou sacadas. Após a missa, Francisco usou o antigo Twitter para dizer que o ato público foi “inesquecível”. “Inesquecível Festa de Acolhida em Copacabana! Que Deus lhes abençoe a todos!”, publicou à época.>