Entenda os principais conceitos das Leis de Newton

Aprenda sobre o Princípio da Inércia, o Princípio Fundamental da Dinâmica e o Princípio da Ação e Reação

Publicado em 15 de setembro de 2025 às 14:48

As Leis de Newton são a base da Mecânica Clássica (Imagem: Iuliia Koneva | Shutterstock)
As Leis de Newton são a base da Mecânica Clássica Crédito: Imagem: Iuliia Koneva | Shutterstock

As três leis de Newton, Princípio da Inércia, Princípio Fundamental da Dinâmica e Princípio da Ação e Reação, são a base da Mecânica Clássica. Por meio delas, a dinâmica dos corpos (comportamento dos corpos e a ação das forças que produzem ou modificam os movimentos) pode ser descrita de forma aprofundada. A seguir, conheça a fundo essas três leis. 

Lei da Gravitação Universal

É aquela famosa história que Newton estava sob uma macieira quando dela caiu uma maçã sobre a sua cabeça. Fez com que Newton explorasse o mistério pelo qual a Lua não cai sobre a Terra, descrevendo uma equação matemática com a qual descobriu (a partir das Leis de Kepler) que os corpos se atraem mutuamente, fazendo com que não caiam uns sobre os outros e sempre mantenham a trajetória, ou seja, a sua órbita elíptica ao redor do Sol.

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  • G = constante gravitacional com valor de 6,67.10¹¹ N.m²/Kg²; 
  • m1 e m2 = massas dos corpos que se atraem, medidas de Kg; 
  • r = distância entre dois corpos, medida em metros (m); 
  • F = força gravitacional, medida em Newtons (N).

Constituem, ainda, os três pilares fundamentais do que chamamos Mecânica Clássica ou Mecânica Newtoniana as leis:

1ª Lei de Newton: Princípio da Inércia

Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, e um corpo em movimento tende a permanecer em movimento. Exemplo: quando estamos em um carro em movimento e este freia repentinamente, nos sentimos como se fôssemos atirados para frente, pois nosso corpo tende a continuar em movimento. 

Esse e vários outros efeitos semelhantes são explicados pelo Princípio da Inércia. Então, conclui-se que um corpo só altera seu estado de inércia se alguém ou algo aplicar nele uma força resultante diferente de zero.

2ª Lei de Newton: Princípio Fundamental da Dinâmica 

Quando aplicamos uma mesma força em dois corpos de massas diferentes, observamos que elas não produzem aceleração igual. A 2ª Lei de Newton diz que a Força (F) é sempre diretamente proporcional ao produto de aceleração (a) de um corpo pela sua massa (m), ou seja: F = m.a.

  • F = resultante de todas as forças que agem sobre o corpo (em N); 
  • m = massa do corpo no qual as forças atuam (Kg); 
  • a = aceleração adquirida (m/s²). 

Força: é uma interação entre dois corpos. Para compreendê-la, podemos nos basear em efeitos causados por ela, como aceleração, deformação etc.

Aceleração: faz com que o corpo altere sua velocidade quando uma força é aplicada.

Deformação: faz com que o corpo mude seu formato quando sofre a ação de uma força.

Força resultante: é a força que produz o mesmo efeito que todas as outras aplicadas a um corpo. A unidade de força, no sistema internacional (S.I), é o N (Newton), que equivale a Kg m/s² (quilograma metro por segundo ao quadrado).

3ª Lei de Newton: Princípio da Ação e Reação 

As forças atuam sempre em pares. Para toda força de ação, existe uma força de reação.Quando uma pessoa empurra um objeto com uma força (F), podemos dizer que esta é força de ação, mas, conforme a 3ª Lei de Newton, sempre que isso ocorre, há outra força com módulo e direções iguais, com sentido oposto à força de ação, chamada força de reação.

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Força Peso (P)

Quando falamos em movimento vertical, introduzimos um conceito de aceleração da gravidade, que sempre atua no sentido a aproximar os corpos em relação à superfície. Relacionando com a 2ª Lei de Newton, se um corpo de massa m sofre a aceleração da gravidade, quando aplicada a ele o Princípio Fundamental da Dinâmica, poderemos dizer que: F = m . g ou P = m . g.

O peso de um corpo é a força com que a Terra o atrai, podendo ser variável, quando a gravidade variar. A massa (m) de um corpo, por sua vez, é constante, ou seja, não varia. A unidade que trata de Força Peso é o quilograma-força: 1kgf é o peso de um corpo de massa 1kg submetido à aceleração da gravidade de 9,8m/s² (Terra).

Atenção: quando falamos no peso de algum corpo, lembramos do “peso” medido na balança. Mas este é um termo fisicamente errado, o que estamos medindo neste caso é a nossa massa. Analisando um corpo que se encontra sob uma superfície plana, verificamos a atuação das duas forças: Peso (P) e Normal (N). Para que este corpo esteja em equilíbrio, ou seja, não se movimente ou não altere sua velocidade, é necessário que os módulos das forças Normal e Peso sejam iguais; assim, atuando em sentidos opostos, elas se anularão.

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Força Normal (N)

Exercida pela superfície sobre o corpo, podendo ser interpretada como a sua resistência em sofrer deformação devido ao peso do corpo. Esta força sempre atua no sentido perpendicular à superfície, diferentemente da Força Peso, que atua sempre no sentido vertical.

Força de Atrito (Fat)

A Força de Atrito se opõe ao movimento. Depende da natureza e da rugosidade da superfície (coeficiente de atrito) e é proporcional à força normal de cada corpo. Transforma a energia cinética do corpo em outro tipo de energia (calor ou som) que é liberada ao meio. É calculada pela seguinte relação: Fat = μ . N.

  • μ = coeficiente de atrito (adimensional);
  • N = Força Normal (N).
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Quando empurramos um carro, observamos que, até o carro entrar em movimento, é necessário que se aplique uma força maior do que a força necessária quando o carro já está em movimento. Isso acontece, pois existem dois tipos de atrito: o estático (parado) e o dinâmico (movimento).

Atrito Estático: atua quando não há deslizamento dos corpos. A força de atrito estático máxima é igual à força mínima necessária para iniciar o movimento de um corpo. Neste caso, é usado no cálculo um coeficiente de atrito estático (μest): F atest = μ est .N.

Atrito Dinâmico: atua quando há deslizamento dos corpos. Quando a força de atritoestático for ultrapassada pela força aplicada ao corpo, este entrará em movimento, e passaremos a considerar sua força de atrito dinâmico. No seu cálculo, é utilizado o coeficiente de atrito cinético (μd): Fatd = μd . N.

Força Centrípeta (F cp)

Quando um corpo efetua um Movimento Circular, sofre uma aceleração que é responsável pela mudança da direção do movimento, a qual chamamos aceleração centrípeta. A equação da Força Centrípeta é: F cp = m . a cp .

  • m = massa do corpo, medida em kg;
  • acp= aceleração centrípeta, em m/s, que pode ser escrita acp= v2/R;
  • v = velocidade em m/s;
  • R = raio da circunferência.

Sabendo que existe uma aceleração e sendo dada a massa do corpo, podemos, pela 2ª Lei de Newton, calcular uma força (centrípeta) que, assim como a aceleração centrípeta, aponta para o centro da trajetória circular. Sem a Força Centrípeta, um corpo não poderia executar um movimento circular.

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Quando o movimento for circular uniforme (MCU), a aceleração centrípeta é constante, portanto a força centrípeta também é constante. A força centrípeta é a resultante das forças que agem sobre o corpo, com direção perpendicular à trajetória.

Força Elástica (Fel)

Quando aplicamos uma força F em uma mola presa em uma das extremidades a um suporte e em estado de repouso (sem ação de nenhuma força), a mola tende a deformar (esticar ou comprimir, dependendo do sentido da força aplicada). Robert Hooke (1635-1703) estudou que a deformação da mola aumenta proporcionalmente à força. Daí estabeleceu-se a seguinte Lei de Hooke:

  • Fel= intensidade da força aplicada (N);
  • k = constante elástica da mola (N/m);
  • x = deformação da mola (m).
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A constante elástica da mola (k) depende principalmente da natureza do material de fabricação da mola e de suas dimensões. Sua unidade mais comum é o N/m (Newton por metro).

Por Tao Consult