Publicado em 17 de outubro de 2025 às 09:45
A estudante de Medicina Assúria Nascimento de Mesquita, de 20 anos, voltou a ser alvo de atenção nas redes sociais depois que veio a público a informação de que ela firmou um acordo judicial para evitar condenação pelas declarações xenofóbicas e depreciativas que fez contra moradores do Acre, em abril deste ano.>
As mensagens publicadas pela universitária, à época, provocaram forte indignação e se espalharam rapidamente pelo X (antigo Twitter). Nos textos, ela chegou a dizer sentir “asco de acreanos”, classificando-os como “um povo seboso”, e afirmou que “a coisa que mais ama no namorado é que ele não é acreano”.>
A repercussão foi imediata: a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Acre (Ufac), onde Assúria estuda desde 2022, repudiou as falas; e o caso passou a ser investigado pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), que abriu procedimento para apurar o crime de xenofobia.>
Acordo judicial e medidas alternativas>
Com o avanço da investigação, Assúria firmou um acordo de não persecução penal (ANPP), recurso previsto no Código de Processo Penal para casos em que o investigado admite o erro e aceita cumprir condições determinadas pela Justiça, evitando uma condenação formal.>
Pelo acordo, a estudante deve fazer retratação pública e prestar serviços comunitários, medidas consideradas suficientes para reparar o dano causado e encerrar o processo. O MPAC homologou o termo, encerrando o caso sem haver registro de antecedentes criminais.>
Repercussão e debate sobre xenofobia>
O episódio reacendeu o debate sobre preconceito regional e xenofobia no ambiente digital, especialmente entre jovens e estudantes. O caso ganhou projeção nacional e provocou discussões sobre os limites da liberdade de expressão e o papel educativo das redes sociais.>
Especialistas em direito penal e comportamento digital destacam que casos como o de Assúria evidenciam a necessidade de responsabilidade no uso das redes e de punições pedagógicas que reforcem o combate ao discurso de ódio.>
Quem é a estudante>
Assúria Mesquita é filha de Assurbanípal Mesquita, atual secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict). Ela ingressou na Ufac em 2022, por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU).>
O envolvimento de uma estudante de uma das principais universidades públicas do estado, e filha de um membro do alto escalão do governo, deu ainda mais visibilidade ao caso, que segue sendo lembrado como um dos episódios mais marcantes de 2025 nas discussões sobre intolerância e respeito às origens regionais.>