Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 11:15
A demissão de dois agentes da Polícia Federal, formalizada em dezembro de 2025, reacendeu o debate sobre os limites entre o exercício do magistério e outras atividades profissionais dentro da corporação. Um dos desligados, Pedro Henrique Cooke de Alencar Lins, de 32 anos, afirma não se arrepender da trajetória que o levou à saída da instituição e sustenta que sempre atuou de forma transparente e dentro das regras.>
Cooke e Bruno Horn, de 37 anos, tiveram os nomes publicados no Diário Oficial da União no dia 11 de dezembro, após processos administrativos que apontaram infrações disciplinares relacionadas à atuação em magistério e à administração de empresas. Segundo a Polícia Federal, as atividades desenvolvidas extrapolariam as permissões previstas para servidores do quadro.>
Em entrevista, Cooke relatou que ingressou na PF em 2018 e acumulou passagens por setores estratégicos, como a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, o Grupo de Pronto Intervenção e a Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros, em São Paulo. Para ele, a demissão não apaga a experiência profissional nem o trabalho desenvolvido fora da função policial.>
A atuação como mentor de candidatos a concursos públicos, segundo o ex-agente, surgiu ainda durante sua própria preparação para a carreira policial. Após cerca de um ano e meio de estudos intensivos, ele passou a se aprofundar em metodologias de aprendizagem, área na qual conheceu Bruno Horn, que também se destacou em seleções nacionais. Juntos, passaram a oferecer aulas on-line focadas em técnicas de estudo e orientação pedagógica para candidatos à Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal.>
Cooke afirma que sua participação se limitava às atividades didáticas. “O trabalho consistia em ministrar aulas, algumas ao vivo e outras gravadas. A parte administrativa ficava a cargo de outros sócios”, explicou. Ele sustenta ainda que a atuação sempre foi enquadrada como magistério e autorizada formalmente pela corporação, inclusive durante o andamento do processo disciplinar.>
Apesar do desligamento, o ex-agente diz confiar na possibilidade de reverter a decisão. Segundo ele, há provas documentais e testemunhais que não teriam sido devidamente analisadas. Com apoio jurídico, Cooke estuda medidas judiciais para tentar reassumir o cargo e questiona a mudança de entendimento da instituição sobre atividades que, até então, eram permitidas.>