Publicado em 25 de junho de 2025 às 12:07
Encerra no próximo dia 30 de junho o prazo para o alistamento feminino no Exército Brasileiro. Esta é a primeira vez na história das Forças Armadas que é realizado o alistamento feminino de caráter voluntário para jovens que completam 18 anos. Na área do Comando Militar do Norte (CMN) estão sendo ofertadas 55 vagas. As interessadas podem acessar o site alistamento.eb.mil.br para fazer a inscrição.>
Desde a abertura do processo seletivo já foram registradas mais de 2.500 inscrições na área da 8ª Região Militar, que inclui o Pará, Amapá e Maranhão. Entre os estados brasileiros, o Pará é o quarto com maior número de inscrições, ficando atrás do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Amazonas e Rio Grande do Sul.>
“Este ano, 1.010 mulheres serão designadas para o Exército Brasileiro, distribuídas em 14 cidades. No Comando Militar do Norte, a cidade de Belém foi escolhida para realizar a incorporação do segmento feminino no Serviço Militar Inicial. A expectativa é que esses números cresçam nos próximos cinco anos, atingindo cerca de 6 mil mulheres incorporadas em todo o Brasil. Atualmente, as mulheres representam aproximadamente 7% do efetivo do Exército Brasileiro”, afirma o Major Honorato, responsável pelo processo seletivo no CMN.>
Serviço Militar>
O alistamento feminino ocorre no mesmo período do alistamento masculino – devendo as voluntárias completarem sua maioridade no ano de inscrição e, ainda, residir em algum dos municípios que possuem Organização Militar e que foram contemplados com essa iniciativa pioneira. A partir do ato oficial de incorporação, o Serviço Militar será de cumprimento obrigatório, ficando a militar sujeita às obrigações e deveres previstos por cada Força.>
As mulheres começaram a integrar o Exército Brasileiro no início da década de 1990. Em 1992, ocorreu a formação da primeira turma feminina no Quadro Complementar de Oficiais (QCO) na então Escola de Administração do Exército, atualmente denominada Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército. Posteriormente, em 1996, as mulheres passaram a ingressar no Instituto Militar de Engenharia (IME), compondo o Quadro de Engenheiro Militar. No ano seguinte, em 1997, ampliaram sua participação ao entrarem no Quadro de Saúde, atuando como médicas, farmacêuticas, dentistas e veterinárias. Em 1998, ingressaram no Quadro Técnico, tanto como Oficiais Técnicos Temporários (OTT) quanto como Sargentos Técnicos Temporários (STT). Mais recentemente, em 2017, as mulheres passaram a integrar a Linha de Ensino Militar Bélico (AMAN e ESA), consolidando sua presença em diversas áreas da força terrestre.>
Atualmente, há aproximadamente 450 mulheres atuando na área do Comando Militar do Norte (CMN), ocupando cargos de oficial, sargento e cabo especialista. A incorporação do segmento feminino na prestação do Serviço Militar Inicial representa a conclusão da inserção das mulheres em todos os círculos hierárquicos do Exército Brasileiro.>
A Primeiro Tenente Jaqueline Roieski ingressou no Exército na turma de 2023 da ESFCEx. Para ela, o alistamento militar feminino é mais um marco na trajetória histórica das mulheres no Exército Brasileiro, uma oportunidade para o desenvolvimento social e econômico dessas mulheres.>
“As expectativas para o ingresso das mulheres para servirem como soldados são elevadas e otimistas e o aproveitamento de suas inteligências e competências será de grande valia no melhoramento da capacidade combativa do Exército. Assim como Maria Quitéria de Jesus, a primeira mulher a ingressar nas fileiras do Exército Brasileiro em 1823 e reconhecida por sua bravura e heroísmo, as mulheres que ingressarão no ano que vem irão reunir oportunidades de liderança, comprometimento com os valores e a ética militares, qualificação profissional e moral e desenvolvimento da camaradagem, espírito de corpo e disciplina”, afirma a Oficial.>