Golpe do 'boa noite, cinderela': quem era o argentino morto no RJ

O turista argentino Alejandro Mario Ainsworth, de 54 anos, foi encontrado morto na segunda-feira (8) na Zona Oeste do Rio de Janeiro, após desaparecer enquanto estava de férias na cidade. A polícia investiga a possibilidade de que ele tenha sido vítima do golpe conhecido como “Boa noite, Cinderela”.

Ainsworth, que trabalhava como gerente administrativo de uma rede de laboratórios na Argentina, estava hospedado em um hotel em Copacabana, Zona Sul, quando foi visto pela última vez na noite de domingo (8), por volta das 23h44, entrando no elevador do local. No dia seguinte, funcionários perceberam que ele não havia feito o check-out e avisaram a família.

Segundo a polícia, o corpo não apresentava sinais visíveis de violência, o que reforça a suspeita de que Alejandro tenha sido dopado com substâncias misturadas a bebidas alcoólicas. Equipes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) buscam imagens de câmeras que possam ajudar a esclarecer o caso.

Nos dias seguintes ao desaparecimento, movimentações suspeitas foram registradas nas contas bancárias do argentino. Foram realizados saques, alterações de senha e até um pedido de empréstimo. Um dos saques foi de US$ 3.500 (aproximadamente R$ 18 mil) e outro empréstimo, de 4 milhões de pesos argentinos (cerca de R$ 14 mil), foi processado, mas a família conseguiu bloquear uma nova tentativa de crédito antes que fosse concluída.

Uma foto publicada no Google Fotos na manhã de segunda-feira (9) chamou atenção: mostrava um carro estacionado em uma área de mata. O celular de Alejandro permaneceu ativo até a noite daquele dia, mas não pôde mais ser rastreado.

Quem era Alejandro Ainsworth

Nascido na cidade de Campana, na Argentina, Alejandro morava em Buenos Aires e era pai de dois filhos, de 22 e 24 anos. Conhecido por ser carinhoso e dedicado à família, costumava compartilhar momentos com amigos e parentes nas redes sociais. Sua última publicação no Facebook, em fevereiro de 2023, mostrou um reencontro com colegas de escola após 34 anos.

Formado em Administração de Empresas com foco em Saúde, Alejandro trabalhou por décadas em gestão, auditoria e atendimento médico domiciliar, além de dar aulas particulares há mais de 20 anos. Uma de suas noras publicou homenagem nas redes sociais: “Sempre tão carinhoso e gentil comigo, sempre tão atencioso para que não nos faltasse nada. Vou sentir muita falta de você, sogro.”

O corpo de Alejandro foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio, e exames periciais ainda vão determinar a causa da morte. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) permanece à frente da investigação.

Com informações do G1