Hytalo Santos e marido presos por exploração de menores são transferidos para presídio em São Paulo
Casal é investigado pelo Ministério Público da Paraíba por tráfico humano e produção de conteúdos envolvendo crianças e adolescentes nas redes sociais.
Publicado em 18 de agosto de 2025 às 18:54
Os influenciadores digitais Hytalo Santos e Israel Nata Vicente, conhecido como “Euro”, foram transferidos na tarde desta segunda-feira (18), da cadeia pública de Carapicuíba, na Grande São Paulo, para o Centro de Detenção Provisória (CDP) I de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista. A remoção ocorreu por volta das 15h50, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
O casal foi detido na última sexta-feira (15), em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça da Paraíba. Eles estavam na carceragem do 1º Distrito Policial de Carapicuíba desde então. A decisão judicial prevê que os dois sejam encaminhados quanto antes ao estado nordestino, onde tramitam as investigações conduzidas pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público do Trabalho.
O CDP de Pinheiros, para onde foram levados, abriga apenas presos provisórios — aqueles que aguardam julgamento, e, no caso da unidade I, especificamente suspeitos de crimes contra a dignidade sexual.
As prisões de Hytalo e Euro aconteceram após a divulgação de um vídeo de 50 minutos pelo influenciador Felca, que denunciou um esquema de exploração de crianças e adolescentes para produção de conteúdos em redes sociais. O material, segundo ele, levou um ano para ser produzido e revelou como jovens eram expostos e erotizados em uma mansão na Paraíba, propriedade de Hytalo.
A repercussão acelerou as investigações, já em andamento há alguns anos, e levou a Justiça a entender que a mudança repentina do casal para Carapicuíba representava uma tentativa de fuga. Além das prisões, as contas em redes sociais de Hytalo e Euro foram derrubadas por ordem judicial.
A defesa, representada pelo advogado Felipe Cassimiro, considera a prisão ilegal e já havia tentado um pedido de liberdade provisória, negado pela 2ª Vara de Bayeux no sábado (16).
Felca, responsável pela denúncia, afirmou em entrevista que passou a receber ameaças de morte após a publicação do vídeo. A Justiça de São Paulo determinou a quebra de sigilo de dados de uma conta de e-mail usada para enviar mensagens intimidatórias, a pedido dos advogados do influenciador. Até o momento, ele ainda não formalizou boletim de ocorrência, o que impede que a Polícia Civil abra investigação sobre as ameaças.
