Intoxicação por metanol: dois presos e 50 mil garrafas apreendidas em São Paulo

A ação faz parte da investigação sobre casos de intoxicação por metanol, que já resultaram em cinco mortes confirmadas no estado.

Publicado em 30 de setembro de 2025 às 17:07

A ação faz parte da investigação sobre casos de intoxicação por metanol, que já resultaram em cinco mortes confirmadas no estado.
A ação faz parte da investigação sobre casos de intoxicação por metanol, que já resultaram em cinco mortes confirmadas no estado. Crédito: Reprodução 

A Polícia Civil de São Paulo prendeu dois suspeitos e apreendeu 50 mil garrafas de bebidas adulteradas em operações realizadas nesta terça-feira (30/9). A ação faz parte da investigação sobre casos de intoxicação por metanol, que já resultaram em cinco mortes confirmadas no estado.

Além das prisões e apreensões, o governo abriu cinco inquéritos policiais e montou um gabinete de crise, anunciado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) após reunião no Palácio dos Bandeirantes.

“É fundamental interditar cautelarmente todos os estabelecimentos onde houver suspeita de venda de bebida fraudada. Só reabrirão quando tivermos certeza da segurança”, afirmou o governador.

Balanço dos casos

Até agora, o governo confirma sete intoxicações relacionadas a bebidas adulteradas. Outras 15 estão em investigação e quatro foram descartadas.

Das cinco mortes registradas, uma foi confirmada na capital, enquanto outras quatro seguem em análise, três em São Paulo e uma em São Bernardo do Campo.

Como funcionava o esquema

• 50 mil garrafas de bebida adulterada foram apreendidas.

• 15 milhões de selos falsificados também foram encontrados.

• Quatro distribuidoras já foram identificadas como suspeitas.

• Só nesta terça, 112 garrafas de vodca foram recolhidas em diferentes bairros da capital, incluindo 17 na Mooca.

Três departamentos da Polícia Civil atuam no caso. A SSP descarta, por enquanto, a participação do PCC e acredita que quadrilhas independentes estejam por trás das adulterações. Há três linhas de investigação:

1. Contaminação indireta;

2. Acidente durante o processo de fabricação;

3. Uso do metanol para lavar garrafas reaproveitadas.

Alerta à população

O governo emitiu um alerta aos profissionais de saúde sobre os riscos da intoxicação por metanol, substância altamente tóxica que pode causar cegueira permanente e até morte.

Os sintomas costumam surgir entre 6 e 24 horas após a ingestão e incluem:

• Náusea, vômito e dor abdominal

• Tontura, sonolência e confusão mental

• Visão turva, fotofobia e convulsões

• Taquicardia e acidose metabólica

Nos casos mais graves, pode haver insuficiência renal, pancreatite, choque e comprometimento neurológico.

A orientação é que qualquer paciente com quadro incomum após ingerir bebida alcoólica seja encaminhado imediatamente ao hospital, com realização de exames laboratoriais e avaliação oftalmológica.

Com informações do Metrópoles