Jatinho, Ferrari e relógios são apreendidos pela PF com a quadrilha do 'falso Mounjaro'

PF cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.

Publicado em 27 de novembro de 2025 às 19:15

PF desmonta esquema que fabricava e vendia remédios injetáveis clandestinos usados para emagrecer
PF desmonta esquema que fabricava e vendia remédios injetáveis clandestinos usados para emagrecer Crédito: Reprodução/PF

A Operação Slim, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 27, apreendeu carros de luxo, relógios de alto padrão e uma aeronave durante a ação que mira uma quadrilha suspeita de produzir, fracionar e comercializar ilegalmente tirzepatida, princípio ativo do medicamento Mounjaro Ao todo, a PF cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.

Entre os veículos apreendidos estão uma Ferrari vermelha, uma Land Rover Defender e uma BMW. Agentes também recolheram um conjunto de relógios de marcas de luxo.

A PF ainda apreendeu um jatinho, matrícula PS-HLK, registrado em nome da empresa Safra Leasing S.A. Arrendamento Mercantil e operado pela LCA Farmacêutica, segundo registros da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

As imagens divulgadas mostram guinchos da corporação realizando o recolhimento dos veículos e agentes dentro do hangar onde o avião foi retido. O Estadão busca contato com as defesas das empresas citadas.

O médico Gabriel Almeida, que reúne quase 750 mil seguidores nas redes sociais, foi um dos alvos da operação. Ele é investigado por suspeita de integrar o grupo apontado pela PF como responsável pela produção, fracionamento e venda ilegal de tirzepatida. Almeida é proprietário do consultório Núcleo GA, localizado na Avenida Brasil, nos Jardins, área nobre de São Paulo.

Em nota, o advogado de Almeida, Gamil Foppel, afirma que o médico "não fabrica, não manipula e não rotula qualquer espécie de medicamento" e que a acusação de participação na produção de fármacos é "fática e tecnicamente impossível", já que sua atuação se restringe à medicina clínica e à docência.

Segundo a defesa, a operação se limitou ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão, "sem qualquer tipo de restrição à liberdade". A nota encerra lamentando o "julgamento midiático antecipado" e afirma que a prática médica de Almeida sempre teve como foco "a saúde e o bem-estar de seus pacientes".