'Lama salvou nossas vidas', diz sobrevivente de balão em chamas que caiu em SC

O acidente aconteceu no sábado (21), em Praia Grande, sul de Santa Catarina. Casal de Curitibanos sobreviveu após pular do balão e cair em área de vegetação.

Publicado em 23 de junho de 2025 às 12:35

Reprodução
Reprodução Crédito: Redes sociais 

O engenheiro Victor Hugo Mondini Correa e a médica veterinária Laís Campos Paes estão entre os 13 sobreviventes do trágico acidente com um balão turístico em Praia Grande, no sul de Santa Catarina, no último sábado (21). O casal, natural de Curitibanos, conseguiu saltar da estrutura em chamas e caiu sobre uma área de lama e vegetação, o que amortizou a queda. Oito pessoas morreram.

“A lama amorteceu a nossa queda. A gente conseguiu evitar mais lesões por causa dessa lama”, disse Victor, ainda em estado de choque.

Segundo os relatos, o fogo começou cerca de dois minutos após a decolagem, no compartimento do piloto, localizado no centro do cesto. Ainda conforme testemunhas, o balão já apresentava sinais de instabilidade nos primeiros instantes do voo, que durou apenas quatro minutos.

De acordo com a Polícia Civil, um maçarico teria causado o início do incêndio. O piloto tentou uma descida de emergência, mas o extintor de incêndio não funcionou. Com isso, passageiros começaram a saltar enquanto a estrutura perdia altitude rapidamente.

“A gente só ia para trás, sentindo aquele calor forte e rezando para que aquele cilindro não estourasse”, contou o engenheiro.

A empresa responsável pelo passeio, Sobrevoar Serviços Turísticos, afirmou que o balão possuía todas as licenças exigidas pela ANAC e que o piloto era experiente. Em nota, a companhia disse que foram adotados todos os procedimentos de emergência recomendados.

Para o casal, era a primeira vez em um voo de balão. “A gente nunca tinha voado, nunca tinha nem visto um voo de balão. Então, não sabíamos se aquilo era normal ou não”, disse Laís.

Das oito vítimas, quatro morreram carbonizadas dentro do cesto e outras quatro faleceram por causa da queda. Vídeos gravados por testemunhas mostram os momentos de desespero, com passageiros pulando enquanto o balão, tomado pelas chamas, despenca em alta velocidade.

“A gente sabe que vai lembrar disso a vida inteira. Não dá pra esquecer. Vamos tentar seguir em frente, agradecendo por estar vivos, mas com muita tristeza por quem não conseguiu sair a tempo”, desabafou Victor.

O acidente ocorreu na região conhecida como Capadócia brasileira, um dos destinos mais procurados do país para o balonismo. Por precaução, todas as atividades com balões foram suspensas nesta segunda-feira (23), enquanto as investigações seguem com a Polícia Civil, CENIPA e ANAC.