Publicado em 25 de novembro de 2025 às 09:23
O pastor Silas Malafaia voltou a se posicionar publicamente em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e, desta vez, direcionou críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em um vídeo publicado nesta segunda-feira (24), o religioso afirmou que o magistrado teria “suprimido elementos relevantes” ao expor a linha do tempo utilizada como fundamento para manter Bolsonaro em prisão preventiva.>
A manifestação do pastor surgiu após Moraes destacar, em seu voto, episódios que configurariam descumprimento das medidas cautelares impostas ao ex-presidente. O ministro pontuou duas violações: o uso de redes sociais em 21 de julho e a participação virtual em um ato no dia 3 de agosto, organizado com bandeiras dos Estados Unidos, o que reforçaria, segundo o magistrado, o risco de desobediência às ordens judiciais.>
Malafaia, no entanto, apresenta uma narrativa paralela. Ele sustenta que, antes desses episódios, o governo dos Estados Unidos já havia enviado uma carta ao Brasil, em 9 de julho, criticando o andamento do processo contra Bolsonaro. O pastor afirma ainda que, no dia 18 do mesmo mês, Moraes determinou novas restrições, entre elas o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e limitações à presença digital do ex-presidente.>
O religioso cita também outro documento norte-americano, datado de 30 de julho, no qual, segundo ele, autoridades dos EUA mencionaram o ministro ao justificar tarifas impostas ao Brasil. Para Malafaia, o texto indicaria preocupação do governo americano com “assédio, censura e perseguição” a Bolsonaro.>
Ao tratar da manifestação de 3 de agosto, apontada pelo STF como violação das regras impostas, Malafaia argumenta que o ato foi convocado por ele próprio e teria caráter exclusivo de protesto contra “censura”. Ele afirma que não houve relação com tarifas internacionais nem tentativa de pressionar o Supremo, criticando Moraes por, supostamente, basear suas conclusões apenas em reportagens jornalísticas.>
Outro ponto de confronto é a tornozeleira eletrônica. Em seu voto, Moraes afirmou que Bolsonaro teria “violado dolosa e conscientemente” o equipamento. Em audiência, o ex-presidente alegou ter sofrido um “surto” causado pela combinação de medicamentos controlados. Malafaia acusa o ministro de ignorar o laudo médico entregue pela defesa, argumentando que isso evidenciaria “desconsideração” pelas provas e a prisão teria sido “planejada”.>
O vídeo de Malafaia faz parte da crescente mobilização de aliados de Bolsonaro após a decisão da Primeira Turma do STF, que formou maioria para manter o ex-presidente preso preventivamente sob alegações de reiterado descumprimento de medidas impostas pela Corte. A defesa de Bolsonaro deve apresentar novos recursos nos próximos dias.>