Mansão de bilionário nos Jardins gera disputa judicial e revolta de vizinhos em São Paulo

Obra atribuída ao presidente da Cimed é acusada de irregularidades urbanísticas e danos a imóveis vizinhos

Publicado em 31 de dezembro de 2025 às 14:17

Obra atribuída ao presidente da Cimed é acusada de irregularidades urbanísticas e danos a imóveis vizinhos
Obra atribuída ao presidente da Cimed é acusada de irregularidades urbanísticas e danos a imóveis vizinhos Crédito: Reprodução

A construção de uma mansão de grandes proporções em um dos bairros mais valorizados de São Paulo virou centro de uma disputa judicial e tem causado indignação entre moradores do Jardim Paulista. O responsável pela obra é o empresário João Adibe, presidente da farmacêutica Cimed e citado recentemente no noticiário esportivo como possível futuro presidente do Palmeiras.

Com patrimônio estimado em R$ 5,2 bilhões, João Adibe ocupa a 86ª posição entre os homens mais ricos do Brasil, segundo a revista Forbes. A obra, no entanto, passou a ser questionada após denúncias de que teria causado danos à casa do banqueiro André Schwartz, CEO do banco Genial, além de descumprir regras urbanísticas da região.

De acordo com a Associação dos Moradores dos Jardins, a AME Jardins, o empresário teria ido além do que foi autorizado pelos órgãos competentes. Segundo a entidade, o projeto aprovado previa uma reforma, mas a construção original foi quase totalmente demolida, com preservação apenas da fachada do antigo casarão. A associação também aponta que a nova edificação ultrapassa limites de altura, ignora recuos obrigatórios e inclui intervenções que não constavam no projeto, como um segundo pavimento em uma edícula.

A defesa de João Adibe afirma que todas as autorizações necessárias foram concedidas e que a obra já foi concluída há meses. Mesmo assim, uma decisão judicial recente determinou a paralisação dos trabalhos, marcando um novo capítulo no impasse.

Além das supostas irregularidades estruturais, a AME Jardins denuncia a retirada de vegetação do terreno, a pavimentação excessiva que comprometeria a permeabilidade do solo e impactos diretos em imóveis vizinhos, como infiltrações, perda de iluminação natural e invasão de privacidade.

O Jardim Paulista é uma área estritamente residencial, conhecida pelas regras rígidas de preservação urbana e pelo tombamento que protege o conjunto arquitetônico dos Jardins. O caso segue em análise na Justiça e continua mobilizando moradores da região.