Moraes libera visita de Michelle e Laura a Bolsonaro na PF após pedido da defesa
Ex-presidente, preso por participação na trama golpista, receberá familiares por 30 minutos.
Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 12:01
A rotina de visitas na Superintendência da Polícia Federal em Brasília deve mudar nesta quarta-feira (03), depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a entrada da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e da filha caçula do ex-presidente, Laura. Jair Bolsonaro cumpre pena de 27 anos de prisão, determinada no processo que apurou sua participação na tentativa de ruptura institucional.
A decisão foi assinada após solicitação formal da defesa do ex-presidente. Moraes definiu que mãe e filha poderão permanecer com Bolsonaro por meia hora, em visita única e monitorada pelos agentes federais.
Visitas separadas
Além de Michelle e Laura, Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro e um dos filhos mais próximos do ex-presidente, também recebeu aval para ir à PF. No entanto, o ministro determinou que a visita seja feita em horário distinto do encontro familiar anterior, evitando a presença simultânea dos três.
A diferenciação de horários segue os protocolos internos da PF, que têm sido reforçados desde o início da custódia de Bolsonaro, marcada por forte repercussão política e intensa movimentação jurídica.
Controle rígido
No mesmo despacho, Moraes autorizou ainda que três pessoas indicadas pela defesa fiquem responsáveis por entregar as refeições do ex-presidente diariamente. A corporação definirá a janela de horário e, como já ocorre com todo o material enviado a custodiados, a comida passará por inspeção antes de chegar ao detento.
A medida atende a um pedido feito pelos advogados, que argumentaram a necessidade de garantir maior previsibilidade e segurança no envio de alimentos.
Tensão permanente
A liberação das visitas ocorre em meio a um ambiente político sensível, marcado pela reação de aliados, tentativas de reorganização interna do bolsonarismo e críticas públicas às condições da prisão. Mesmo com o gesto de Moraes, o cenário jurídico do ex-presidente segue complexo: ações paralelas relacionadas à investigação do golpe continuam em andamento no STF.
