Publicado em 15 de maio de 2025 às 12:27
A defesa da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos apresentou recurso nesta quarta-feira, 14, contra sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), relacionada aos atos golpistas de 8 de Janeiro. Débora ficou conhecida após ter escrito, com batom, a frase "perdeu, mané" na escultura "A Justiça", localizada em frente ao STF.>
"A confissão da recorrente auxiliou na fundamentação da sua condenação, mas não foi considerada em razão da atenuação da pena, razão pela qual a atenuante deve ser considerada", consta no recurso. Os advogados argumentam que a confissão feita por Débora não foi considerada na fixação da pena, estipulada em 14 anos de prisão.>
Débora está em prisão domiciliar desde março, por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ela foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF, embora os ministros tenham divergido sobre a dosimetria da pena. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, propôs a pena de 14 anos, sendo seguido por Flávio Dino e Cármen Lúcia. Já Cristiano Zanin defendeu uma pena de 11 anos, enquanto Luiz Fux votou por um período menor: um ano e seis meses. O julgamento se encerrou em abril.>
A defesa solicita a permanência de Débora em prisão domiciliar, amparando-se no artigo 117 da Lei de Execuções Penais, que permite essa modalidade de cumprimento de pena para mulheres com filhos menores de idade. Os advogados afirmam que Débora é mãe de duas crianças que "são totalmente dependentes de seus cuidados".>
O recurso apresentado é um embargo de declaração, instrumento jurídico utilizado para esclarecer eventuais omissões, contradições, obscuridades ou dúvidas presentes em decisões judiciais.>
Após ser detida e identificada, Débora escreveu uma carta ao ministro Alexandre de Moraes, na qual pediu desculpas pela pichação na estátua. No documento, ela afirma que desconhecia o valor simbólico e histórico da obra.>
Débora foi responsabilizada por cinco crimes: associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, todos ligados aos atos de vandalismo ocorridos na invasão às sedes dos Três Poderes.>